Campanha ‘Nem Um Poço a Mais’: oficinas, debates e exibição de filme em Vitória

Por Fernanda Couzemenco, Século Diário

A Agroecologia é o tema de dois eventos que acontecem no próximo sábado (14) em Vitória, com apoio do edital Mais Vida Menos Petróleo.

O edital é uma das ações da Campanha Nem Um Poço a Mais, lançado em 2015 por dezenas de organizações não governamentais, coletivos e movimentos ligados às comunidades tradicionais brasileiras impactadas pela indústria petrolífera, entre elas, quilombolas, pescadores artesanais, indígenas e camponeses capixabas.

Pela manhã, de 8h30 às 12h30, o coletivo Casa Verde recebe, em sua sede no campus de Goiabeiras da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), uma atividade da Semana Sem Petróleo, promovendo um bate-papo sobre Agroecologia e oficinas de horta doméstica, compostagem caseira e defensivos naturais.

A Horta Comunitária Quintal na Cidade, na Cidade Alta, promove, de 10h às 16h, o seu Bazar da Horta, para arrecadar recursos para manutenção do projeto, que recuperou um ponto viciado de lixo na Cidade Alta e difunde práticas e conceitos relacionados à alimentação saudável, agroecologia, sustentabilidade e trabalhos cooperativos.

Às 16h, mais uma atividade da Campanha Nem Um Poço a Mais, com exibição do filme O Veneno Está na Mesa 2, de Silvio Tendler, pelo Cineclube El Caracol. O filme apresenta experiências agroecológicas empreendidas em todo o Brasil, mostrando a existência de alternativas viáveis de produção de alimentos saudáveis, que respeitam a natureza e os trabalhadores rurais.

“Queríamos fazer a exibição em um lugar que já trabalha essa resistência de que fala o filme”, comenta a estudante de Cinema e Audiovisual da Ufes, Luciana GB, membro do Cineclube El Caracol.

O coletivo surgiu em 2014, juntamente com o programa de rádio Soy Loco Por Ti, a partir de um mesmo embrião: a Casa da América Latina, um grupo criado por estudantes da Ufes para pensar e promover ações de integração latino-americana.

Atuações em rede 

A questão do petróleo é comum a muitos países da América Latina, contextualiza Luciana. “As indústrias chegam aqui, no chamado ‘terceiro mundo’, sempre de uma forma muito agressiva e parecida, atacando principalmente mulheres, indígenas e a população afrodescendente”, diz.

O El Caracol tem realizado sessões quinzenais em vários pontos da Grande Vitória e de São Mateus, no norte do Estado, especialmente centros culturais, espaços de educação não-formais, espaços públicos e ocupações urbanas.

Já o Coletivo Casa Verde surgiu em 2009 e, desde 2015, ocupa uma área no campus de Goiabeiras da Ufes, onde estabeleceu sua sede, no antigo viveiro da Universidade, próximo ao Centro Tecnológico (CT-10). “É um movimento, um grupo de pessoas interessadas em aprender, discutir e difundir a Agroecologia, a Permacultura e a Educação Ambiental dentro da cidade”, explica Lucas Sangi, estudante de Geografia.

A Ufes abriga o laboratório da Casa Verde, onde são feitas experiências práticas. Há também um Grupo de Estudos e um trabalho permanente de articulação com outros movimentos, como os Agricultores Urbanos, coletivos do município da Serra e a Horta Comunitária Quintal na Cidade. Além de apoio a eventos, como o próximo Encontro Regional de Agroecologia/Sudeste (ERA), que acontece de 28 de abril a 01 de maio, no Ifes de Santa Teresa.

Saiba mais sobre os coletivos nas redes sociais do Coletivo Casa Verde, do Cineclube El Caracol e da Horta Comunitária Quintal na Cidade e sobre a Campanha Nem Um Poço a Mais em sua página na internet.

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