Contra a situação de miséria que se agrava e pela liberdade de Lula, militantes iniciam greve de fome e cobram justiça no STF

“Jejuns comunitários, ações de solidariedade, dias de ato e mobilização em qualquer canto que a gente esteja”, conclama grevista

Por Gustavo Marinho, da Página do MST

Seis militantes dos movimentos populares iniciam, às 16h desta terça-feira (31/7),  uma greve de fome por tempo indeterminado no Supremo Tribunal Federal (STF). A manifestação cobra justiça no Poder Judiciário e exige a liberdade do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.

Para Jaime Amorim, integrante da direção nacional do MST e um dos seis grevistas, a greve de fome é um instrumento extremo de batalha política. “Nesse momento da História que vivemos, lançamos mão desse instrumento para salvar o país do caos que ele está. Não podemos deixar o país regredir”, disse Amorim.

Ainda de acordo com Amorim, a greve de fome apresenta dois objetivos centrais na conjuntura atual. “O primeiro objetivo é denunciar a situação de miséria que está se agravando a cada dia em nosso país, debatendo com a sociedade sobre a fome, sobre a violência, sobre o desemprego e todas as consequências do golpe. O segundo objetivo é discutir a democracia, debatendo o Poder Judiciário e a liberdade de Lula. Nossa greve de fome inicia por tempo indeterminado e o seu fim será no dia em que Lula for solto e puder disputar as eleições”, explicou.

Junto com Jaime Amorim, somam-se à greve de fome Frei Sérgio e Rafaela Santos, militantes do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA); Vilmar Pacífico e Zonália Santos, do MST; além de Luiz Gonzaga (Gegê), da Central dos Movimentos Populares (CMP).

Para Frei Sérgio, o fim da greve de fome cabe aos ministros do Supremo Tribunal Federal. “Nós podemos passar fome por um gesto consciente de luta, mas se continuarmos nesse modelo de país, a fome será uma imposição para diversos brasileiros e brasileiras. Para o povo, o símbolo da esperança para mudar essa situação é Lula”, completou.

Hora de reagir

Rafaela Alves, do MPA, reafirmou a necessidade de que em todos os lugares onde estão os trabalhadores e trabalhadoras está a tarefa de fazer luta.

“Jejuns comunitários, ações de solidariedade, dias de ato e mobilização em qualquer canto que a gente esteja. O mais importante é o povo entender que nós estamos em um momento bastante decisivo da história e nós precisamos dizer para o Poder Judiciário que não é justo o que ela está fazendo. Devemos dizer que Lula tem que estar livre e ser o presidente do nosso país”, reforçou a grevista.

“A nossa greve de fome se soma as tantas lutas dos trabalhadores e trabalhadoras em defesa da democracia e por Lula livre. Nós estaremos em greve de fome até o dia em que a gente conseguir ter parte dessa batalha vencida”, concluiu Rafaela.

Para João Pedro Stedile, também da direção nacional do MST e da Frente Brasil Popular, uma grande agenda de lutas e mobilizações da classe trabalhadora está articulada para os próximos dias em todo o país.

“As ações dos próximos dias representará uma diversidade de lutas em todo o país no sentido de garantir os direitos do povo brasileiro, articulado no Comitê Nacional Lula Livre e no conjunto das organizações da Frente Brasil Popular”, destacou Stedile.

De acordo com Stedile, além da greve de fome por tempo indeterminado, está previsto o dia de paralisação nacional, no próximo dia 10/8. Também faz parte do calendário de lutas, a Marcha Nacional Lula Livre, a ser realizada entre os dias 10 e 15 de agosto em direção à Brasília.

“Essas ações apontarão a bandeira da liberdade do companheiro Lula, pelo direito dos trabalhadores que os golpistas vêm usurpando vergonhosamente e pressionando o STF para que ele respeite a Constituição, no sentido de garantir o direito do povo brasileiro de votar em Lula, pois se impedirem o Lula de ser candidato estão excluindo uma parcela da população de participar das eleições”.

*Editado por Rafael Soriano

 

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