Em várias caixas lacradas, havia armas desmontadas e munição. Polícia investiga se PM reformado Ronnie Lessa trafica armas e se escondia o material na casa de um amigo no Méier.
Por Felipe Freire, Leslie Leitão e Marco Antônio Martins, TV Globo e G1 Rio
Um dos 32 mandados de busca e apreensão da Operação Lume encontrou grande quantidade de armas – incluindo fuzis – e munição em um endereço, segundo a polícia, ligado ao ex-policial Ronnie Lessa. Ronnie e Élcio Lessa, militares expulsos da corporação, foram presos pelo atentado à vereadora Marielle Franco.
“Dá para fazer muito fuzil”, diz um dos agentes que participam da ação. A Divisão de Homicídios da Polícia Civil encontrou o arsenal em caixas, espalhadas em armários e em cômodos de uma casa no Méier, na Zona Norte do Rio. A polícia investiga se Lessa trafica armas e escondia lá o material.
Um homem que mora no local, identificado como Alexandre, diz que conhece Lessa desde pequeno e fala que não sabia o que havia nas caixas. Em alguns momentos, ele chora.
“Eu não fiz nada, esse cara me botou de bucha, cara (…) Eu não faço a menor ideia, está tudo lacrado, eu não abri, ele falou que ia vir buscar isso (…) Eu confiei nele. Acreditei nele. Foi criado com a gente, ele morava aqui do lado, desde pequeno”, diz aos policiais. “Ainda falou para mim: ‘Só não abre as caixas’.”
Até a última atualização desta reportagem, não havia sido informado se o homem que estava na residência foi preso.
Além de Lessa, policiais da Divisão de Homicídios e promotores do Ministério Público prenderam o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, de 46 anos. Segundo a denúncia, Lessa efetuou os disparos que atingiram Marielle e Anderson, e Élcio dirigiu o carro.
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Imagem: Várias peças de armas foram encontradas em uma casa usada por Lessa — Foto: Reprodução G1