Assentados fazem feira com cerca de 60 variedades de feijão orgânico no RS

Sementes são produzidas por 17 famílias em dois assentamentos do MST no interior de Piratini, na região Sul

Por Catiana de Medeiros, na Página do MST

A Associação de Produtores Ecológicos Conquista da Liberdade (Apecol) realizou nesta quarta-feira (29) a 5ª Feira do Feijão Orgânico de Piratini, na região Sul do Rio Grande do Sul. O evento aconteceu na Praça Inácia Machado, no centro da cidade, e teve a participação de representantes dos poderes executivo e legislativo municipal, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), além de deputados, estudantes e produtores de alimentos orgânicos.

Nesta edição da feira houve exposição e comercialização de cerca de 60 variedades de sementes crioulas de feijão, entre elas irai, carioca vermelho, branco, amendoim, mourinho, expedito, macanudo e guapo brilhante. A produção, que possui certificação orgânica, é de 17 famílias ligadas à Apecol  e ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que vivem nos assentamentos Conquista da Liberdade e Conquista da Luta, no interior de Piratini.

Na abertura do evento, José Gabriel Venâncio, presidente da Apecol, explicou que organizar a 5ª Feira do Feijão Orgânico não foi um desafio para as famílias, mas sim um prazer. “Quem produz alimentos saudáveis, orgânicos, produz com alegria, com sabedoria e prazer, porque tá produzido saúde para a comunidade. É isso o que nos move”, argumentou.

Quem passou por lá pôde conferir a diversidade de produtos da Reforma Agrária. As bancas tiveram sementes de hortaliças agroecológicas, rapaduras, cucas, bolachas, doces, chimias, geleias, queijos, torresmo, sucos, banha, entre outros alimentos. Ao meio dia foram servidas três tipos de feijoada — tradicional, com feijão branco e com feijão vermelho —, no Galpão de Rondas do CTG 20 de Setembro.

Produção em defesa da vida

A Apecol produz feijão há cerca de quatro anos. Venâncio explica que não é usado nenhum tipo de agrotóxico, somente cobertura verde do solo e adubos orgânicos. O objetivo é industrializar o alimento para oferecer a versão saudável do “feijão com arroz”, uma vez que o MST já cultiva arroz sem agrotóxico no estado. “Queremos ser uma ferramenta permanente na defesa da vida e mostrar que é possível, sim, produzir sem veneno”, acrescenta.

Além da Feira do Feijão Orgânico, que acontece anualmente no mês de maio, a Apecol realiza feira diária no km 75 da BR-293 e todas as quartas-feiras na Praça Inácia Machado, na cidade. O alimento também é vendido em eventos organizados pelo MST no país e para a Rede de Sementes Agroecológicas Bionatur.

*Editado por Fernanda Alcântara

5ª Feira do Feijão Orgânico de Piratini, na região Sul do Rio Grande do Sul – Foto Marcos Corbari

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