Da Fórum
O Diário Oficial da União trouxe na edição desta sexta-feira (19) a nomeação do delegado da Polícia Federal, Marcelo Augusto Xavier da Silva, ligado aos ruralistas, para presidência da Fundação Nacional do Índio (Funai).
Ele assume o lugar deixado pelo general Franklinberg de Freitas, exonerado do cargo no dia 11 de junho. Na ocasião, segundo a Folha de S.Paulo, ele disse a servidores que o presidente Jair Bolsonaro estava sendo mal assessorado sobre a questão indígena e que o secretário especial de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura, Nabhan Garcia, “saliva ódio aos indígenas”.
A nomeação de Xavier cumpre promessa de Bolsonaro aos ruralistas, que agora terão controle irrestrito sobre a Funai, além de um aliado contra a atuação de Organizações Não-Governamentais (ONGs) voltadas às causas indígenas. Atuando em Barra do Garças, no Mato Grosso, o delegado tem uma relação estreita com deputados da bancada ruralista.
Xavier já assessorou os deputados da bancada em uma Comissão Especial de Inquérito (CPI) que investigou a atuação da própria Funai – o mote da CPI eram as parcerias com organizações não-governamentais (ONGs) voltadas às causas indígenas. Xavier planilhou repasses, ONG por ONG, e o destino do dinheiro, numa atuação que subsidiava a atuação dos ruralistas.
O delegado detém relatórios com quebras de sigilo bancário de organizações não-governamentais (ONGs) que atuam em defesa de populações indígenas, que foi fabricado para os ruralistas durante a CPI.
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Marcelo Augusto Xavier, ao centro, irá presidir a Funai | Foto: Reprodução