Cimi Regional Sul repudia ato de vandalismo contra exposição de artes em homenagem ao Ano Internacional das Línguas Indígenas

Diversas obras de arte expostas na terceira M’Bai – Mostra Regional de Artes Plásticas, que homenageava o Ano Internacional das Línguas Indígenas, foram danificadas e destruídas por invasores

No Cimi

O Conselho Indigenista Missionário – Cimi Regional Sul manifesta seu repudio e preocupação em função dos atos de vandalismo praticados contra a exposição de artes indígenas na terceira M’Bai – Mostra Regional de Artes Plásticas, realizada no Centro Cultural de Embú das Artes, em São Paulo. Nesta edição, foi homenageado o Ano Internacional das Línguas Indígenas, declarado pela Organização das Nações Unidas (ONU). O evento contou com a participação de diversos artistas, inclusive indígenas e estudiosos de línguas, como a Guarani.

Conforme noticiado em alguns meios de comunicação, a galeria onde era realizada a referida exposição foi invadida na madrugada do dia 16 de julho e diversas obras foram danificadas e destruídas pelos invasores. Um dos expositores, Thiago Carvalho, manifestou, em seu perfil no Facebook, preocupação, e atribuiu o ataque a exposição ao racismo relacionado aos povos indígenas: “Minha indignação só aumenta quando penso que, muito provavelmente, o ataque covarde tenha sido motivado por racismo, um crime bárbaro de ódio”.

O discurso do presidente Bolsonaro, assim como dos representantes de seu governo, tem demostrado menosprezo pela ciência, pela cultura e pela arte, assim como tem direcionado seu rancor, seu ódio e seu desprezo com relação aos povos indígenas, suas culturas, seus costumes e tradições. O discurso de ódio contra esses povos é fermento e combustível, assim como estímulo para a invasão, o esbulho territorial e ações violentas contra os povos indígenas em nosso país.

O fato ocorrido na exposição acima mencionada está inserido dentro deste cenário odioso estimulado pelo atual governo.

Reconhecendo a arte indígena como expressão do modo de vida dos povos indígenas e forma de conexão com suas ancestralidades, o Cimi Regional Sul espera que os órgãos e autoridades públicas tomem medidas no sentido de identificar e punir os autores de mais esta agressão e violência, como também garantir segurança para os povos indígenas apresentarem sua arte e cultura.

Conselho Indigenista Missionário – Cimi Regional Sul

Chapecó, SC, 05 de agosto de 2019

Imagem: Reprodução/Facebook/Thiago Carvalho Wera’i

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