CDHM faz diligência ao Amapá para apurar assassinato e invasão de terras indígenas

Por Pedro Calvi, CDHM

No dia 22 de julho, o cacique Emyra Waiãpi foi morto de forma violenta durante uma invasão, por garimpeiros, às terras das aldeias Waiãpi-Apina, no oeste do Amapá. Segundo relatos, os garimpeiros estavam acampados no interior da reserva. Nenhum indígena testemunhou a morte do líder, que só foi percebida na manhã seguinte (23). De acordo com o Conselho das Aldeias Waiãpi-Apina, na sexta-feira (26), moradores da aldeia Yvytotô encontraram um grupo de não-índios armados e avisaram as demais aldeias pelo rádio. À noite, os invasores entraram na aldeia, ficaram em uma casa e ameaçaram indígenas, que fugiram para outras aldeias da região.

Para apurar a situação dos indígenas da região, as invasões e o assassinato do cacique Emyra Waiãpi, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM) fará, nesta sexta (16) e sábado (17), uma diligência ao local dos conflitos. O grupo da CDHM será liderado por Camilo Capiberibe (PSB/AP) e Jôenia Wapichana (Rede/RR).

Na sexta pela manhã, a diligência visita a aldeia Aramirã, no Território indígena Waiãpi, no município de Pedra Branca do Amapari. No mesmo local, faz um encontro com representantes das diferentes aldeias do Território.

No sábado à tarde, deve acontecer uma reunião com policiais federais responsáveis pelo inquérito e mais um encontro com lideranças indígenas.

Funai, Polícia Federal e Ministério Público

Em nota, a Fundação Nacional do Índio (Funai) informou que deslocou uma equipe para o local. Equipes da Polícia Federal (PF) e do Batalhão de Operações Especiais (Bope), da Polícia Militar do Amapá, também estão na região para apurar o caso.

Já a Procuradoria do Ministério Público Federal (MPF) no Estado instaurou uma investigação criminal para apurar a morte do indígena Waiãpi. Procuradores pediram à PF informações a respeito das denúncias de invasão da terra indígena e sobre as providências já adotadas para evitar o possível agravamento do conflito.                        

Em vídeo divulgado nas redes sociais pela prefeita de Pedra Branca do Amapari, Beth Pelaes, o coordenador indígena do município, Kurani Waiãpi, relata que, segundo os indígenas, cerca de 50 garimpeiros fortemente armados estariam acampados há alguns dias próximo à aldeia Mariry, no interior da terra indígena.

Foto: Mário Vilela/Funai

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