Despejo em acampamento no Pará é adiado

Leia a nota oficial do estado sobre o adiamento do despejo

Da Página do MST

Ameaçado de despejo, o acampamento Dalcídio Jurandir, localizado em Eldorado dos Carajás, foi informado hoje sobre o adiamento da decisão sobre a retirada de mais de 200 famílias do local. 

De acordo com a decisão do juiz da vara agrária de Marabá, Amarildo Mazutti, as famílias teriam que cumprir a liminar de despejo até o dia de hoje (17/09). Entretanto, o mesmo juiz alega o não recebimento do plano de realojamento das famílias, que ficou na responsabilidade da Prefeitura de Eldorado do Carajás. 

Confira o documento na íntegra:

DESPEJO DO ACAMPAMENTO DALCIDIO JURANDIR ADIADO!

O Movimento Sem Terra do Pará recebeu na manhã de hoje (17), a notícia do adiamento do despejo das 212 famílias do acampamento Dalcídio Jurandir, que fica localizado no município de Eldorado do Carajás.

Em decisão proferida pelo juiz da Vara Agrária de Marabá, Amarildo Mazutti, ainda na segunda-feira (16), alega o não recebimento do plano de realojamento das famílias, que ficou na responsabilidade da Prefeitura de Eldorado do Carajás.

Entretanto em junho de 2019, em audiência no fórum da comarca de marabá, com a presença do MST, aliados, prefeitura, ministério público e os advogados da Agropecuária Santa Barbara, foi apresentado a todos o documento elaborado pelo Instituto De Estudos Em Desenvolvimento Agrário e Regional, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA), onde apresenta os impactos do despejo para o município que:

“tendo em vista que 212 famílias moradoras do acampamento sofrem iminente possibilidade de ação de despejo, com as suas condições objetivas de moradia no meio rural retiradas, isso acarretaria um crescimento da necessidade de construção/disponibilidade de moradias no espaço urbano para essas famílias. Assim, o déficit habitacional urbano recalculado seria de 1.163 habitações, significando um crescimento na proporção de 22,29%.”

(trecho retirado do documento da unifesspa)

Sendo assim, nós do MST afirmamos que continuaremos em resistência, afirmando que NÃO ABRIREMOS MÃO DO DIREITO A TERRA. As famílias estão há 11 anos plantando alimentos saudáveis, construíram uma escola, construíram sua vida. E não ACEITAMOS que UM JUIZ e um GOVERNO ponham as famílias em vulnerabilidade e gerem um impacto de violação de direitos humanos no município. Não queremos outros Massacres! Chega de Violência contra as Trabalhadoras e os Trabalhadores Rurais!

Reivindicamos a suspensão definitiva do despejo e a destinação de todo o complexo da fazenda para Reforma Agrária, para que as 212 famílias acampadas possam ser assentadas, garantindo seus direitos básico como seres humanos.

Esse adiamento é fruto da luta das famílias daquele território e da grande solidariedade de companheiros e companheiras que seguraram firme em nossas mãos nesse momento de enfrentamento contra aqueles que só querem monopolizar a terra e nada contribui com a vida.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra agradece a solidariedade e entendemos que o enfrentamento precisa ser coletivo e a luta de seguir para superarmos aqueles que nos oprimem.

Coordenação Estadual do Movimento Sem Terra – PA
“Se calarmos, as pedras gritarão!”

Imagem: O acampamento comercializa 174 toneladas de farinha nos municípios de Xinguara, Redenção, Rio Maria, Curionópolis e outros. Foto: João Laet

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