Democracia, meio ambiente e Fórum Popular da Natureza são temas de debate na COP-25

Na COP25, Ibase promove diálogo ao lado de CUT e Frente Ampla Democrática Socioambiental 

No Ibase

Na manhã de sexta-feira, dia 6, pouco antes da calorosa chegada de Greta Thunberg na COP-25, Athayde Motta, diretor executivo do Ibase, ciceroneou um debate sobre a relação da democracia com os recursos naturais, e também sobre a importância do Fórum Popular da Natureza, que realizará encontro nos dias 19, 20, 21 e 22 de março do ano que vem. Daniel Gaio, secretário nacional de meio ambiente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Agnes Franco, da Frente Ampla Democrática Socioambiental (FADS) participaram do diálogo promovido no espaço Brazil Climate Hub, organizado pelo Instituto Clima e Sociedade (ICS).

Athayde destacou a necessidade de conexão entre todos os direitos. “Democracia exige inclusão. No Ibase, há algum tempo não conseguimos mais preparar uma atividade antes de pensar em qual mulher, qual pessoa negra vai compor a mesa. Já é natural nosso. Garantir a voz da maior quantidade possível de atores é essencial para se discutir qualquer coisa, inclusive direito ambiental”, comentou.

O debate que durou cerca de uma hora e meia abordou também o interesse de atores internacionais nos recursos naturais brasileiros: “Petróleo, água e território estão na mira dos interesses de um capital que conhece seus limites. A América Latina e também a África possuem uma riqueza natural importantíssima, e este é um fator que interfere diretamente nas políticas locais”, afirmou Agnes Franco.

Daniel Gaio lembrou que democracia diz respeito a direitos trabalhistas e que a indústria de energia limpa, por exemplo, raramente promove empregos com garantias: “São empregos terceirizados, “quarteirizados”, muitas vezes nem conseguimos saber quem são esses trabalhadores, que, naturalmente, também não podem se organizar. Esse é um ponto que precisamos ficar atentos, porque uma empresa que produz energia limpa nessas condições não é exatamente o modelo de equilíbrio que nós buscamos”.

As formas de linguagem também foram temas do encontro, que teve tradução simultânea. Athayde falou sobre a importância da aproximação da agenda ambiental com os movimentos sociais, e da capacidade de esses movimentos absorverem o tema. Rita Brandão, diretora adjunta do Ibase, completou citando a importância dos slams (batalhas de poesia) e outras linguagens culturais para o diálogo com a sociedade.

Sobre o Fórum Popular da Natureza

Agnes Franco, da FADS e membro da Comissão Executiva do Fórum Popular da Natureza, explicou que o Fórum é um processo de construção permanente e que o evento de março não deve ser considerado um fim, mas, um meio. “As manhãs terão mesas grandes de debates que serão realizados na quadra do sindicato dos bancários, e a parte da tarde é reservada para oficinas autogestionadas que as pessoas poderão propor. Acontecerão atividades nas ocupações, sedes de sindicatos e outros espaços públicos  de apoiadores do Fórum existentes no centro de São Paulo”, esclareceu. Agnes disse ainda que o grande objetivo do encontro de março é tirar uma agenda de lutas comum para movimentos sociais e populares, e uma carta com 20 pontos de princípios e metas acordados pelos movimentos.

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