Em SP, MAB realiza seminário e ato – Barragens Billings e Guarapiranga: estamos seguros?

No Mab

No último sábado (25), dia em que completou um ano do crime da Vale em Brumadinho, O MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) realizou na subsede da APEOESP/Santo Amaro-SP, o “Seminário e Ato barragens Billings e Guarapiranga: Estamos Seguros?, no objetivo de debater e informar a população do seu direito em ter plano de segurança e plano de ação emergencial nas áreas atingidas por barragens.

A mesa do seminário foi composta pelo Ubiratã (militante do Movimento de Atingidos por Barragens), Vicente Andreu (ex-presidente da Associação Nacional de Águas) e Sheila (militante da União de Moradia).

Ubiratã debateu a importância da população ter e exigir o “Plano de Segurança” e o “Plano de Ação Emergencial” nas barragens, assim como a importância desses planos serem divulgados e discutidos com a população do entorno das barragens. Na zona sul de São Paulo tem duas barragens: Billings, que é a maior barragem em área urbana do mundo, e a Guarapiranga. Em 2020 estas duas barragens completam dez anos de descumprimento da Politica Nacional de Segurança em barragens, oferecendo risco à população da região, pois os moradores da zona sul não tem conhecimento da existência dos planos de segurança e de ação emergencial. As duas barragens possuem a mesma classificação da barragem de Brumadinho, de baixo risco de rompimento, mas dano potencial associado alto, pois há milhares de pessoas que moram em torno destas represas.

Vicente Andreu apresentou a “Lei de Segurança de Barragens”, de 2010 e discutiu a dificuldade das barragens serem regularizadas por envolver diferentes órgãos reguladores e fiscalizadores, o que gera uma fragmentação das análises e construção dos planos de segurança. Também ressaltou que além de medidas e plano de segurança é preciso dar a devida atenção à operação da construção das barragens, pois há muitas irregularidades e irresponsabilidades por parte das empresas donas das obras. Por fim, lembrou que a responsabilidade da segurança das barragens é da empresa construtora e desta deve ser cobrada as devidas medidas de segurança, como a SABESP que também é a responsável pelo PAE (Plano de Ação de Emergência) de suas barragens. Questionou, ainda, que se a SABESP for privatizada não terá quem cobrar e responsabilizar pela segurança dessas barragens, ressaltando assim a importância dos reservatórios serem públicos.

Sheila, finalizou a exposição trazendo o ponto de vista das moradoras e dos moradores da região da Zona Sul, defendeu o direito da população ter moradia e segurança de suas casas e de suas vidas, que passa por serem informados e orientados sobre a real situação e os riscos de rompimento das barragens. Finaliza sua fala dizendo: “Moro na zona sul e não quero que a zona sul se torne um mar de lama e corpos!”

Às 12h28, hora do rompimento da barragem em Brumadinho,  as pessoas presentes no seminário prestaram solidariedade aos atingidos do crime da Vale em minas Gerais, foi tocado o som da sirene que não sou em Brumadinho. Também foi lembrado neste momento que a Vale em Brumadinho matou 272 pessoas e contaminou com metais pesados a bacia do Rio Paraopema.

Logo em seguida os participantes seguiram em caravana até o parque da Barragem Guarapiranga onde realizaram um ato lembrando o crime da Vale em Brumadinho e apresentaram o questionamento se a população da zona sul está segura, estendendo uma grande faixa com a frase: Estamos seguros?

A população da zona sul, da cidade de São Paulo,  precisa saber da real situação das barragens e exigir o direito em ter segurança para todos que moram e circulam em torno das barragens.

Fotos: Guilherme Gandolfi

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