Governo Bolsonaro busca “mudar os fatos” em resposta às críticas de investidores sobre o desmatamento

ClimaInfo

Os esboços gerais da resposta que o governo Bolsonaro vem preparando para investidores e companhias internacionais sobre o desmatamento na Amazônia apontam para mais um “fracasso”, destacou Míriam Leitão em sua coluna n’O Globo de ontem (5/7). Ao invés de responder honestamente aos fatos relativos à destruição ambiental, o governo busca “mudar os fatos” para vender uma versão que não se sustenta em nenhum dado real. “O ponto central da dificuldade de melhorar a imagem ambiental do Brasil é que o presidente Jair Bolsonaro acredita em tudo o que disse e fez nesse campo”, escreveu Leitão.

Já a ministra da agricultura segue se esforçando para distanciar o agronegócio da publicidade negativa que o Brasil vem recebendo na área ambiental. Em entrevista ao Estadão, Tereza Cristina afirmou que o país não precisa desmatar mais terras na Amazônia para expandir sua produção agrícola: “Não precisamos da Amazônia [para aumentar produção]. E eu sou uma defensora intransigente de se zerar o desmatamento ilegal.” Ao mesmo tempo, a ministra contestou as críticas recentes feitas pelos presidentes dos Itaú e Bradesco à política ambiental e disse que, ao invés de criticar o governo federal, essas instituições deveriam reduzir os juros de empréstimos para o setor agropecuário.

Em tempo: O ministro André Mendonça (Justiça) afirmou em live promovida pelo BTG Pactual que o governo deve utilizar um novo sistema de acompanhamento por satélite do desmatamento na Amazônia, que permitirá uma “rapidez muito grande” no monitoramento da floresta. De acordo com Mendonça, o sistema terá um delay de apenas 24 horas, com precisão de três metros, e será disponibilizado para os estados da Amazônia Legal. No entanto, o ministro não ofereceu mais detalhes sobre esse sistema. Como destaca o Estadão, desde o ano passado o governo vem buscando alternativas tecnológicas para monitorar a Amazônia sem depender dos dados dos sistemas do INPE, criticados sem qualquer prova por Bolsonaro por serem “dados mentirosos” sobre o desmatamento.

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