OEA pede ação do governo Bolsonaro contra pandemia em aldeias indígenas

ClimaInfo

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da OEA pediu na 2ª feira passada (20/7) que o governo brasileiro adote medidas para proteger a saúde e a integridade dos Povos Indígenas Yanomami e Ie’kwana. O órgão recebeu reclamação feita por representantes da etnia, que acusam as autoridades federais de omissão aos impactos da pandemia na Terra Indígena (TI) Yanomami, especialmente contra a presença de garimpeiros ilegais na região, que estão servindo como vetores de contágio nas aldeias.

Enquanto isso, representantes da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) afirmaram que a sala de situação instalada pelo governo a pedido do ministro Luís Roberto Barroso para agir no combate à pandemia nas aldeias tem servido como palco de “tratamento humilhante” por parte das autoridades governamentais. “A experiência vivida por eles [indígenas] foi de um tratamento desastroso, humilhante e constrangedor, situação à qual nenhum cidadão merece passar, sobretudo diante de autoridades do governo brasileiro”, diz a APIB, citada por G1 e TV Globo.

Os representantes indígenas criticaram especificamente o comportamento do ministro-chefe do GSI, Augusto Heleno, que teria dito que o governo federal atenderia apenas aos indígenas instalados em terras demarcadas. Os demais seriam tratados como produtores rurais e orientados a buscar atendimento no SUS como qualquer cidadão. Na Veja, Matheus Leitão ouviu a ativista indígena Sonia Guajajara, que participou da 1ª reunião do gabinete de crise, na semana passada: “Enquanto o ministro Barroso estava na reunião, eles [representantes do governo] estavam todos se comportando decentemente. Na hora que o Barroso saiu da sala, os integrantes do governo mudaram o tom e foram bastante grosseiros em alguns momentos.”

N’O Globo, Caroline Brigido informou que os interlocutores indígenas que participaram da reunião também sentiram agressividade por parte do governo ao apontar que a pandemia estaria causando o “genocídio” de Povos Indígenas no Brasil. Ouvido pela jornalista, o secretário de saúde indígena do Ministério da Saúde, Robson Silva, refutou as acusações e disse que apenas defendeu os funcionários da pasta contra a acusação de genocídio.

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