Projeto de criação de quintais agroecológicos assegura autonomia produtiva de assentamentos em São Luís de Montes Belos (GO)

Recursos foram arrecadados a partir de mobilização da Campanha da Fraternidade (CF)

Por CNBB / CPT

Entre novembro de 2019 e agosto de 2020, a Comissão Pastoral da Terra regional Goiás desenvolveu o projeto “Agroecologia: defesa da vida e da diversidade” com famílias da agricultura familiar em três assentamentos de reforma agrária na diocese de São Luís de Montes Belos (GO). O projeto recebeu apoio do recurso arrecadado pelo Fundo Nacional de Solidariedade no Domingo de Ramos a partir da mobilização da Coleta da Solidariedade CF em 2019.

Segundo a responsável pelo projeto, Lucimone Maria de Oliveira, agente da CPT Goiás, o objetivo central foi ajudar as famílias de agricultores a compreender e difundir as práticas agroecológicas, como um modelo sustentável de desenvolvimento que leva em conta a convivência e o respeito aos recursos naturais e ao meio ambiente e, ao mesmo tempo, gera alimento e renda para as famílias beneficiadas.

A agente da CPT explica que com a formação teórica e técnica, a ação buscou aprofundar a agroecologia como eixo norteador de produção e de vida no campo. Para isto, ela explica, foram feitas visitas e realizadas três etapas de formação em agroecologia.

O tema “políticas públicas” da CF 2019, de acordo com ela, também foi aprofundado nas etapas presenciais das capacitações. À luz das reflexões sobre ecologia integral da Encíclica ‘Laudato Si’, do Papa Francisco, o projeto buscou também ter como norte a defesa e o cuidado do bioma Cerrado.

Ao todo, 221 pessoas foram beneficiadas, entre adultos, jovens e crianças. De acordo com Lucimone, no intervalo das etapas presenciais, foram realizadas visitas de acompanhamento e orientação técnica às famílias envolvidas nas atividades de implantação de quintais e pomares agroecológicos. Também foram desenvolvidas ações de valorização da cultura camponesa e das tradições culturais do Estado de Goiás e troca de experiências entre os cursistas, técnicos e agentes de pastoral.

Apesar da pandemia, objetivos foram alcançados

O projeto sofreu alterações em sua execução e forma de realizar as atividades em função da pandemia do novo Coronavírus. Durante esse período, de acordo com Saulo Reis, agente da CPT Goiás que também acompanhou de perto o desenvolvimento das atividades, foram adotados procedimentos para garantir a segurança das famílias, tais como distanciamento, utilização de máscaras e distruibuição de materiais para higienização.

Ao final do projeto, os quintais agroecológicos foram implantados. Desde então, Saulo afirma que o projeto possibilitou a melhora na produção de alimentos, de forma a assegurar a soberania alimentar de todas as famílias envolvidas, inseridas em um contexto de crise sanitária, aumento do desemprego, redução de renda e ampliação das desigualdades sociais. “O projeto deixa um legado muito importante no que diz respeito a autonomia produtiva e a segurança nutricional”.

Fundo Nacional de Solidariedade

A Campanha da Fraternidade tem como gesto concreto a Coleta Nacional da Solidariedade, realizada no Domingo de Ramos nas comunidades de todo o Brasil. Os recursos são destinados aos Fundos Diocesanos e Nacional da Solidariedade, que apoiam projetos sociais relacionados à temática da campanha de cada ano.

Em 2019, o Fundo Nacional de Solidariedade (FNS) distribuiu a quantia de R$3.814.139,81, atendendo a mais de 238 projetos. Em 2020, por causa da pandemia, não ocorreu arrecadação. Conheça alguns projetos apoiados pelo FNS. O portal da CNBB está divulgando, desde o dia 10 de fevereiro de 2021, uma série de matérias sobre cada um dos projetos apoiados em 2019.

Desde 2018, o FNS disponibiliza um site onde é possível acompanhar e saber como anda a evolução da prestação de contas de cada projeto, por meio do Portal da Transparência que pode ser acessado pelo endereço: www.fns.cnbb.org.br. Nele, há uma relação completa dos projetos aprovados.  A CNBB também presta contas ao Ministérios da Cidadania e Justiça do Governo Federal, ao Ministério Público e ao Conselho de Assistência Social (CAS).

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