Rio teve curso interrompido pela construção de dique de enrocamento e gera impacto para o mangue e mais de 213 famílias
Redação Brasil de Fato
Foi lançada na comunidade quilombola de Ilha de Mercês, em Ipojuca, na região metropolitana do Recife, a Campanha “Rios Livres, Mangues Vivos”.
A campanha é uma ação de comunicação para chamar a atenção da população e das instituições a respeito dos processos de degradação dos manguezais que impactam as populações que deles dependem, tendo como mote inicial o caso do Rio Tatuoca, que banha o território da comunidade quilombola da Ilha.
O Tatuoca está situado na região onde se instalou o Porto de Suape e é um rio de importância econômica e cultural para o povo de Mercês, sendo responsável pela soberania alimentar e pela reprodução identitária da comunidade.
Em 2008, o rio teve seu curso interrompido pela construção de um dique de enrocamento, que deveria servir de passagem provisória – por no máximo 2 anos – para dar acesso ao Estaleiro Atlântico Sul.
Impacto
Entretanto, até hoje a obra permanece no local, bloqueando a foz do rio, e de acordo com a comunidade, sem qualquer processo de licenciamento ambiental, o que gera impacto para mais de 213 famílias, o mangue, a fauna e a flora da região.
A data de 26 de julho, escolhida para o lançamento da campanha, é também o Dia Mundial da Proteção aos Manguezais, e também o dia de Nanã, orixá da terra molhada e da vida que dela brota. No lançamento, pescadores e pescadoras saíram em barqueata, num ato simbólico, para exigir a reabertura total do rio.
A campanha é uma realização do Fórum Suape Espaço Socioambiental, em parceria com a comunidade quilombola de Ilha Mercês e a Ação Comunitária Caranguejo Uçá, e conta com o apoio das organizações Both ENDS e Fundo Casa Socioambiental.
Edição: Vanessa Gonzaga
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Imagem: Dique que deveria servir de passagem provisória continua no local – Foto: Débora Britto