Reportagem mostra como atos corruptos permitem a adoção ilegal e o tráfico de órgãos

Terceiro episódio da série Mercado Humano mostra como a corrupção pode facilitar os processos de adoção ilegal e possibilitar o tráfico de órgãos

Dados de 2020 do Anuário Brasileiro de Segurança Pública revelam que, em média, 40 mil crianças e adolescentes desaparecem por ano. Desse total, cerca de seis mil não retornam para seus lares. Esse sumiço pode estar relacionado ao tráfico de órgãos e à adoção ilegal. É o que mostra a terceira reportagem da série produzida pelo Ministério Público Federal (MPF) no mês de combate ao tráfico humano para o programa Interesse Público, veiculado na TV Justiça

A matéria explica como pais de crianças são alvos de quadrilhas de tráfico de pessoas sem saber que estão envolvidos em algum tipo de crime. O que acontece, na prática, é a aquisição de crianças e adolescentes por meio de arranjos financeiros, fraude, ou elas são simplesmente sequestradas. Em depoimento, integrante do Grupo de Trabalho do MPF sobre corrupção associada ao tráfico humano, o procurador da República Edmilson da Costa Barreiros Júnior ressalta que atos corruptos praticados especificamente no âmbito do processo de adoção (utilização de documentos ou licenças falsas) facilitam a atuação de grupos criminosos que traficam crianças e adolescentes no Brasil e, também, para o exterior. 

A adoção ilegal e o tráfico de órgão são crimes transnacionais e exigem a cooperação policial e jurídica nacional e internacional para que os responsáveis sejam punidos. De acordo com relatório Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), os traficantes operam de formas cada vez mais sofisticadas,  aproveitando-se de ambientes corruptos e medidas fraudulentas e explorando pessoas em situação de miséria,  pobreza e privação. Os crimes são perpetrados por redes criminosas altamente organizadas capazes de operar além de fronteiras. 

A necessidade da atuação conjunta e internacional para combater o tráfico humano motivou a campanha mundial promovida ao longo desta semana pela Rede de Procuradores Contra a Corrupção e pela Rede de Procuradores Contra o Tráfico de Pessoas (Redtram), ambas da Associação Ibero-americana de Ministérios Públicos (Aiamp), em conjunto com o programa da União Europeia para a Coesão Social na América Latina (EUROsociAL+). A ação é composta por vídeos e textos sobre o assunto. Acompanhe nas redes sociais por @FIIAPP #SinCorrupciónNoHayTrata #FiscalíasContralaCorrupciónylaTrata.

Série – Composta por três reportagens, a série Mercado Humano mostra como a corrupção pode estar associada ao tráfico de pessoas, seja pela omissão de agentes públicos na fiscalização do crime ou pela atuação intencional como facilitadores. O primeiro episódio, veiculado há duas semanas, abordou o tráfico de pessoas para fim de exploração sexual. A segunda reportagem abordou como a corrupção pode ser via de acesso para o tráfico interno e internacional de pessoas submetidas a trabalhos forçados em condições desumanas. 

Não perca: Na próxima semana, o programa estreia o quadro IP Responde, em que a secretária adjunta de Cooperação Internacional do MPF, Anamara Osório, vai explicar o significado do termo em inglês “sextortion”.

Onde assistir – O Interesse Público é veiculado nacionalmente pela TV Justiça às sextas-feiras, às 20h, com reprise aos domingos, às 17h30, e em outros dias da semana (assista ao vivo). Você também pode acompanhar o programa pela internet, no site da TV Justiça, ou acessar as reportagens no Canal MPF, no YouTube.

Secretaria de Comunicação Social
Procuradoria-Geral da República

Print de tela: Secom/MPF

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