A líder indígena Jessyca Potyguara denunciou que uma área em Crateús, interior do Ceará, considerada sagrada por sua tribo, está sendo destruída para favorecer um empreendimento imobiliário. Revoltados, índios estão acampados no local desde a semana passada, dispostos a não permitir que o crime continue.
O lugar, que alega-se ser “propriedade privada”, é visto como sagrado pelo grupo indígena, que ali realiza rituais de cura e cerimônias, além de conter o enterramento de corpos de 12 crianças da tribo.
O advogado que representa o povo Potyguara, o também indígena Jorge Tabajara, esteve reunido nesta semana com os supostos proprietários do terreno.
“Se trata de uma situação bem complexa”, afirmou ele. “Saímos da reunião com o encaminhamento de que um acordo seria assinado por todos no horário da tarde. Mas, na hora marcada, houve recuo dos empresários, (então) tivemos que recorrer ao Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE)”.
Por meio de uma nota, a Fundação Nacional do Índio (Funai) informou que o local não é demarcado como terra indígena e que não há processo para demarcação.
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Imagem: No dia 25, indígenas do povo Potyguara iniciaram um acampamento no local para realizar a defesa de seu território. Foto: MPCE