Caso Pinheiro: MPF aprova continuidade de atuação conjunta no caso de afundamento de solo causado por mineração em Maceió (AL)

Câmara do Meio Ambiente considera importante prorrogar atuação do MPF como forma de prevenção a novos desastres

Procuradoria-Geral da República

A Câmara do Meio Ambiente e Patrimônio Cultural do Ministério Público Federal (4CCR/MPF) aprovou a continuidade da atuação conjunta do MPF que atua no Caso Pinheiro, na última quarta-feira (16), durante a 17ª sessão de coordenação do órgão colegiado. O caso tornou-se conhecido após tremor de terra sentido por moradores de alguns bairros de Maceió (AL), em 2018, que culminou no surgimento de rachaduras em imóveis, fendas em asfaltos, afundamentos de solo e aberturas de crateras. Estudos conclusivos apontaram a extração mineral de sal-gema, feita pela empresa petroquímica Braskem, como a responsável pelos danos aos bairros da capital alagoana.

Composta por cinco procuradoras da República em Alagoas, o grupo tem como objetivo promover a prevenção das condições de segurança social, ambiental, de saúde pública e bem-estar da população atingida, além de atuar na esfera criminal para responsabilizar os envolvidos pelos danos. Atualmente, o caso já conta com, pelo menos, três ações civis públicas movidas pelo MPF. Duas ainda estão em trâmite na Justiça: uma com o objetivo de responsabilizar a empresa petroquímica pelos danos ambientais causados, recuperação da área degradada e condenação por danos morais coletivos, e a outra, para garantir indenização aos moradores dos bairros afetados.

Impactos da mineração – Um ano após os tremores percebidos em pelo menos quatro bairros de Maceió, próximos à Lagoa Mundaú, estudos feitos pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) concluíram que a extração do mineral sal-gema fora a causa dos desastres. Utilizado na produção de cloro, soda cáustica, ácido clorídrico, bicarbonato de sódio, e também pelas indústrias farmacêutica e de produtos de higiene, o sal-gema é extraído da lagoa há 50 anos.

Segundo informações da SGB, pelo menos 35 poços de extração estavam em área urbana. A pressurização e vedação deles gerou instabilidade das crateras, causando danos ao solo, visíveis na superfície. Os cientistas envolvidos nos estudos afirmam que o tremor de terra se deu em razão do desmoronamento de uma das minas.

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