Nem as andorinhas escapam dos impactos do garimpo ilegal na Amazônia. Um estudo conduzido da Universidade de São Paulo (USP) identificou que simpáticas andorinhas-azuis, que migram para a região amazônica regularmente, estão voltando da floresta contaminadas por mercúrio, o que está causando desequilíbrios fisiológicos que podem prejudicar a sobrevivência da espécie.
A pesquisa analisou espécimes de andorinha-azul que completaram a travessia cíclica entre a Amazônia e a América do Norte, onde passam a maior parte do ano. A partir da análise de suas penas, identificou-se o nível de mercúrio, bem como outros dados fisiológicos. De acordo com Jonathan Maycol Branco, do Instituto de Biologia da USP e responsável pela pesquisa, o mercúrio em excesso nas penas dessas aves pode causar uma diminuição do peso e do nível de gordura delas.
“As aves migratórias exigem grandes reservas de gordura, pois esta é a única fonte de energia durante o processo migratório”, explicou ao Jornal da USP. “A correlação negativa entre peso e reservas de gorduras pode ser bastante preocupante caso se verifique que esses efeitos sejam realmente causados pelo mercúrio”. Ele ainda lembrou que, como a pesquisa analisou apenas as andorinhas que conseguiram retornar à América do Norte, é possível que o nível de contaminação seja ainda maior entre os pássaros que não sobreviveram à migração.
Em tempo: O Supremo Tribunal Federal (STF) retirou de sua pauta a retomada do julgamento da ação relativa à tese do “marco temporal” para demarcação de Terras Indígenas. A votação estava programada para recomeçar no próximo dia 23, mas o presidente da Corte, ministro Luiz Fux, retirou o item da agenda e não definiu uma nova data. O julgamento está suspenso desde setembro do ano passado, quando o ministro Alexandre de Moraes pediu vistas sobre o processo. Por ora, a votação está em 1×1, com o relator, ministro Edson Fachin, contestando a tese, e o ministro Kassio Nunes Marques à favor dela. O Globo e UOL deram mais informações.