Na ONU, governo Bolsonaro propõe que líderes políticos não ataquem imprensa. Por Jamil Chade

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Num gesto que contradiz a atitude do próprio presidente Jair Bolsonaro e de seus mais próximos aliados, o governo brasileiro apresenta na ONU uma resolução propondo que estados se comprometam com a “segurança dos jornalistas” e que políticos não ataquem a imprensa.

O documento foi submetido ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas e deve ser votado entre hoje e sexta-feira. O Brasil é um dos autores do projeto, ao lado da Áustria e outros países europeus.

Ao longo dos últimos três anos e meio, Bolsonaro atacou jornalistas, ameaçou a imprensa, fez gestos obscenos e dificultou o acesso à informação. Na semana passada, seu filho Flávio Bolsonaro tentou censurar reportagens do UOL que revelavam o pagamento em dinheiro vivo de 51 imóveis pela família do presidente.

Seus atos levaram as entidades internacionais a denunciar seu comportamento. Durante a campanha eleitoral, ele ainda repetiu alguns de suas principais atitudes de ataques contra mulheres no setor da imprensa.

Segundo a Abraji, o presidente e seus filhos fizeram 801 ataques contra a imprensa desde 2021. De acordo com a entidade Repórteres Sem Fronteira, 2,8 milhões de postagens foram feitas nas redes sociais contra jornalistas apenas no primeiro mês de campanha eleitoral, em 2022.

Veja o texto completo de Jamil Chade.

Imagem: Sem máscara e no auge da pandemia, Jair Bolsonaro discute com jornalistas que o abordavam em evento em Sorocaba (SP) | Foto: Edilson Dantas

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