Seminário reuniu atingidos de diferentes realidades no estado do Rio de Janeiro e construiu pautas de reivindicações das populações atingidas por barragens e efeitos das mudanças climáticas
No MAB
Na última quarta (15), o Movimento dos Atingidos por Barragens promoveu o “I Seminário Estadual dos Atingidos e Atingidas por Barragens do Rio de Janeiro”, que teve como tema central discutir os impactos de obras hídricas, desastres ambientais e mudanças climáticas no estado. Participaram atingidos e atingidas de Cachoeiras de Macacu, Petrópolis, Niterói, da zona oeste, zona norte e centro da capital fluminense.
O seminário fez parte da jornada de lutas do MAB em 2023, e aconteceu na ALERJ – Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. Entre os objetivos estavam a troca de experiências entre os atingidos e diferentes realidades no estado e a formação de uma pauta de reivindicações do Movimento.
“O Estado não trata com a seriedade que deveria, fazer dentro dessa casa [ALERJ] é importante pois chama a importância do poder público e legislativo, da importância, que essas pessoas existem e seus direitos precisam ser garantidos, é a luta por direitos, seja na prevenção, seja quando acontece os desastres, o que o Estado deve fazer e seja na reparação, que até hoje não existe nada nesse sentido”, destacou Roberto Oliveira, da coordenação nacional do MAB.
A atividade contou com a presença de parceiros como a deputada estadual Marina do MST (PT/RJ), o Levante Popular da Juventude, a Consulta Popular, a União Nacional por Moradia, a CTB e o MTST.
De acordo com estudo inédito realizado pelo Instituto Oswaldo Cruz, que mediu o grau de vulnerabilidade da população do Rio de Janeiro diante das mudanças, nos próximos 30 anos, a cidade do Rio Janeiro é a que mais sofrerá, entre os municípios do estado, com o aumento do nível do mar, chuvas intensas, inundações, perda de biodiversidade, além do aumento de casos de doenças causadas pelas mudanças climáticas.
A pesquisa apontou que os municípios da macrorregião metropolitana do Rio de Janeiro, da qual fazem parte Niteroí, São Gonçalo, Nova Iguaçu, Magé e Duque de Caxias, serão os mais atingidos.
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Imagem: Deputada estadual Marina do MST participou da audiência e reafirmou compromisso com a pauta do Movimento. Foto: MAB