“É com o verbo “esperançar” conforme nos ensinou o patrono da educação brasileira Paulo Freire que um dia após completar 15 anos de vigência da lei 11645/08 que versa sobre a obrigatoriedade do ensino da história e cultura afrobrasileira e indígena (infelizmente ainda não cumprida nas escolas do nosso território, mesmo em meio a uma região em que seguem vivas tradições e saberes locais dos povos originários e quilombolas) que realizamos a aula pública “O direito à educação Guerém a história da Escola Municipal Pe José de Anchieta” realizada dia 11 de março no Território Guerém, Aldeia de São Fidélis, Valença-BA ao redor da Escola Municipal Padre José de Anchieta (patrimônio histórico que deriva do período colonial).
Agradecemos à comunidade, organizações sociais, educadoras/es, pesquisadoras/es, estudantes e apoiadores de várias partes da Bahia e Brasil por caminharem ao lado do povo Guerém na defesa do direito de estudar, as manifestações de apoio encaminhadas presencialmente e virtualmente nos encorajaram a seguir em defesa da educação pública em nosso território, afinal a escola hoje é o único equipamento público que está presente na maioria das comunidades indígenas, quilombolas e camponesas, se o povo organizado não defende-la isso não será feito por mais ninguém.
Compreendemos que quando uma pessoa é arrancada do seu lugar de vida para estudar fora dele é como se o poder público estivesse lhe expulsando de casa e passando um duro recado de que ali ao lado da sua comunidade, essa criança, jovem, adulto ou ancião não terá futuro. Isso não é verdade pois nas aldeias, quilombos e roças há muito conhecimento, naquele mesmo chão onde os povos tradicionais e do campo cultivam sementes e colhem frutos, podem ser cultivadas vidas que se tornarão agricultores, artistas, universitários, cientistas e cidadãos capazes de contribuir para uma sociedade mais humana e justa.
Externamos a todas as esferas do poder público federal, estadual e principalmente municipal que a defesa do direito à educação pública vai continuar sendo exigido em todo Território Guerém e na Aldeia de São Fidélis, a reforma imediata e o retorno das aulas na Escola Municipal Padre José de Anchieta é a única garantia do cumprimento da Lei 12.960/2014 e da Portaria 391/2016. Não nos basta apenas a escola, exigimos que a educação seja de qualidade e que respeite a realidade local, conforme a legislação brasileira preconiza.
Por nenhuma escola a menos no Guerém, em Valença, na Bahia e no Brasil!
#escolaanchietafica
#deixaopovoguerémestudar
#escolanaaldeiaéumdireito
Link para apoio:
Ybyra Ybyraaçu Anté Guerém”
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Enviado pra Combate Racismo Ambiental por Coletivo Étnico Guerém.
Sempre na luta pela Escola Pública.