Municípios do Oeste da Bahia estão entre os dez que mais desmataram o Cerrado, entre janeiro de 2023 e fevereiro de 2024

CPT Centro-Oeste

De acordo com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), que elabora o relatório SAD Cerrado, municípios do Oeste da Bahia estão entre os dez que lideram a destruição do Cerrado. Dentre eles estão os municípios de:

1. São Desidério, com 37,4 mil hectares;
4. Cocos, com 25 mil hectares;
6. Correntina, com 19,2 mil hectares;
7. Jaborandi, com 18,4 mil hectares;
10. Formosa do Rio Preto, com 14,5 mil hectares.

Só essa região concentra um total de 114,5 mil hectares de desmatamentos, tornando o centro do desmatamento, provocado pelo avanço das fazendas do agronegócio. Acontece que o avanço da destruição no Cerrado aponta problemas graves para toda a sociedade, pois os desmatamentos ocorrem nas poucas áreas que ainda restam de recarga do Aquífero Urucuia e onde ficam localizadas nascentes responsáveis por contribuir com grande parte da vazão dos rios do Oeste da Bahia, até o Rio São Francisco.

Acontece que a região não lidera apenas desmatamentos, vêm se tornando centro de conflitos agrários, perseguição e violência contra povos e comunidades tradicionais e agricultores familiares, que clamam ao Governo do Estado pela agilidade nas ações discriminatórias de seus territórios.

No município de Correntina, o Estado da Bahia, através do Inema, autorizou a Supressão de Vegetação Nativa – ASV, de 2.226,9138 hectares, dentro da área do Território Tradicional de Fecho de Pasto Vereda da Felicidade, este já reconhecido como Área de Fecho de Pasto pela Secretaria de Promoção da Igualdade Racial – SEPROMI, que emitiu certificado de reconhecimento de comunidade tradicional e pelo órgão gestor das terras públicas na Bahia a SDA – Superintendência de Desenvolvimento Agrário, que inclusive já havia deflagrado Ação Discriminatória Rural para mesma área. O que não se sabe é se a SDA foi consultada pelo INEMA, antes de autorizar a supressão da vegetação nativa, em Áreas de Preservação Permanente (APP), com veredas e nascentes, que abastecem inclusive o Rio Correntina.

O que deixa transparecer é que o Estado da Bahia não possui o controle da situação, enquanto isso as comunidades tradicionais buscam órgãos competentes fora da Bahia, na tentativa de frear os ataques e garantir que o Cerrado continue de pé, produzindo água e sociobiodiversidade para todos.

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