Dado consta de pesquisa de opinião pública do PNUD com a Universidade de Oxford lançada nesta quinta-feira (20).
ONU Brasil
Quando indagados sobre o quanto estavam preocupados com os efeitos da mudança climática na próxima geração, 28% dos brasileiros disseram estar extremamente preocupados; 45%, muito preocupados; 20%, um pouco; 3%, não muito; e 4%, de jeito nenhum. A maioria (73%), portanto, se preocupa com o impacto da mudança global do clima no futuro próximo.
Os dados fazem parte da pesquisa de opinião pública sobre mudança climática “People’s Climate Vote 2024”, realizada pelo PNUD com a Universidade de Oxford e o instituto GeoPoll. Os resultados divulgados hoje (20/6) mostram que 80% das pessoas no mundo desejam que seus governos tomem medidas mais firmes para enfrentar a crise climática. No Brasil, esse percentual é de 85%.
Ainda mais pessoas – 86% – querem que seus países deixem de lado as diferenças geopolíticas e trabalhem em conjunto no enfrentamento da mudança global do clima. No Brasil, são 90% a apoiarem a união dos países em prol da ação climática.
Mais de 75 mil pessoas, de 87 idiomas diferentes, em 77 países, responderam a 15 perguntas sobre mudança climática na pesquisa. As questões foram formuladas com o intuito de ajudar a compreender como as pessoas estão sentindo o impacto da mudança global do clima e como pretendem que os líderes mundiais reajam. Os países pesquisados representam 87% da população mundial.
“A pesquisa é clara. Os cidadãos globais querem que seus líderes transcendam suas diferenças, ajam agora e ajam com ousadia para combater a crise climática”, afirmou o administrador do PNUD, Achim Steiner.
“Os resultados da pesquisa – sem precedentes em termos de cobertura – revelam um nível de consenso verdadeiramente surpreendente. Instamos os líderes e os formuladores de política a prestarem atenção, especialmente à medida que os países desenvolvem sua próxima ronda de compromissos de ação climática – ou contribuições nacionalmente determinadas no âmbito do Acordo de Paris. Essa é uma questão com a qual quase todos, em todos os lugares, concordam.”
Além de um amplo apelo por uma ação climática mais ousada, a pesquisa mostra o apoio de uma maioria global de 72% a favor de uma transição rápida para o abandono dos combustíveis fósseis. Isso é verdade nos 10 países com maior produção de petróleo, carvão ou gás, incluindo maiorias de 89% na Nigéria e na Turquia, 80% na China, 76% na Alemanha, 75% da população da Arábia Saudita, 69% na Austrália e 54% das pessoas nos Estados Unidos. Apenas 7% das pessoas a nível mundial disseram que seu país não deveria fazer qualquer transição.
No Brasil, 61% dizem ser favoráveis à adoção “muito rápida” de energia renovável em substituição aos combustíveis fósseis. Outros 21% afirmam preferir uma transição “relativamente rápida”, e 11%, “lenta”. Apenas 3% responderam que não querem essa mudança “de jeito nenhum”.
Pessoas no mundo todo relataram que a mudança climática é algo em que pensavam com frequência. Em nível global, 56% disseram que pensavam regularmente no assunto, ou seja, diária ou semanalmente, incluindo cerca de 63% daqueles nos Países Menos Desenvolvidos (PMD). No Brasil, 51% e 23% afirmaram pensar no tema todos os dias ou toda semana, respectivamente.
Mais da metade das pessoas do mundo disseram que estavam mais preocupadas com a mudança climática naquele momento do que no ano anterior (53%). O percentual correspondente foi mais elevado para quem vive nos PMD (59%). Em média, nos nove Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (PEID) pesquisados, até 71% disseram que estavam mais preocupados com as mudanças climáticas no ano da pesquisa do que no anterior.
No Brasil, vai a 76% o percentual de quem respondeu estar mais preocupado com a mudança global do clima no momento do que no ano anterior ao da pesquisa. Para 22%, a preocupação com o assunto não tinha variado de um ano para outro. Só 2% afirmaram estar menos preocupados.
Sessenta e nove por cento das pessoas do mundo disseram que suas principais decisões, como onde morar ou trabalhar, por exemplo, estavam sendo impactadas pelas mudanças climáticas. A proporção afetada foi maior nos PMD (74%), mas notavelmente menor na Europa Ocidental e Setentrional (52%) e na América do Norte (42%). No Brasil, esses percentuais caem para 32% (a mudança do clima afeta muito), 40% (afeta pouco) e 27% (não afeta em nada).
Para saber mais, acesse os resultados da pesquisa (em inglês): https://
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FOTO: FÁBIO PONTES