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Famílias quilombolas da comunidade Pitombeira no Piauí são reconhecidas pelo Incra

Incra no Piauí

A comunidade quilombola Pitombeira, localizada no município piauiense de Queimada Nova, foi reconhecida como público beneficiário do Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA), por meio da Portaria nº 703, publicada no Diário Oficial da União de 18 de outubro de 2024. O documento autoriza o início do processo de análise para inclusão das 72 famílias do território quilombola como novas beneficiárias do PNRA.

Certificada pela Fundação Palmares como remanescente de quilombo, a área quilombola Pitombeira é titulada pelo Instituto de Regularização Fundiária e Patrimônio Imobiliário do Estado do Piauí (Interpi). O reconhecimento por outro ente público possibilitou a aprovação da proposta de inclusão das unidades familiares pelo Incra.

Sobre a comunidade

Com área 1.266,71 hectares, o território quilombola está localizado na região do Semiárido, a 25 quilômetros da sede do município. O nome surgiu por causa da Pitombeira, árvore frutífera que existia na comunidade onde hoje funciona uma escola.

De acordo com o Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTDI), a ocupação do território remonta aos anos de 1800 com a chegada dos primeiros moradores negros, fugidos ou alforriados, de fazendas próximas ao território quilombola. As primeiras moradias foram construídas numa região onde o relevo e a vegetação dificultassem a visualização das habitações.

Na comunidade, há energia elétrica, dois poços de água perfurados e um barreiro de uso coletivo, uma unidade escolar de ensino fundamental, um campo de futebol, casas de alvenaria com piso de cimento queimado e cisternas.

As terras são divididas por núcleos familiares, que foram repassadas de geração em geração. Os roçados de cada família são, geralmente, divididos entre os filhos quando o pai não tem mais condições de trabalhar no cultivo da terra.

As famílias trabalham na agricultura de subsistência, com aragem de tração animal e plantio manual. Cultivam milho, feijão, mandioca, sorgo, gergelim, abóbora, melancia, batata-doce, algodão e plantas medicinais para o consumo familiar, com a distribuição ou troca por outros alimentos entre os moradores. Também trabalham na criação de caprinos, ovinos e suínos.

Em 2003, foi fundada a Associação dos Remanescentes de Quilombos Pitombeira, trazendo melhorias para a comunidade, como projetos de caprinocultura, apicultura, hortas comunitárias, e o preparo e manutenção do uso de plantas medicinais nativas.

Imagem: Mãos quilombolas. Foto de João Zinclar

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