Madeireiras são investigadas por corte ilegal de árvores, como pinus e palmito, sem autorização da Cetesb e da Funai em São Bernardo do Campo. Autoridades tentam recuperar Mata Atlântica degradada.
Por Thiago Sheuer e Angélica Castro, do Jornal Hoje, no G1
O Ministério Público de São Paulo investiga a ação de madeireiras que estão realizando cortes de árvores de forma irregular em São Bernardo do Campo, na região metropolitana. As ações de desmatamento foram feitas em áreas de preservação ambiental e em terras indígenas sem autorização da Companhia Ambiental do Estado (Cetesb) e da Fundação Nacional do Índio (Funai).
Um dos pontos de desmatamento ilegal que foram flagrados pela Guarda Ambiental fica ao lado de uma estrada onde um grupo de pessoas já tinha sido flagrado, em agosto de 2020, cortando árvores de pinus de grande porte, em meio à Mata Atlântica.
No ano passado, a ação policial localizou pelo menos três locais de desmatamento irregular na cidade, inclusive com cortes do palmito Jussara, que está em extinção.
Um dos locais é de propriedade particular com mais de 2 milhões de metros quadrados, onde foram apreendidos motosserras e tratores.
“Só uma das áreas tem mais de mil metros quadrados desmatados, em plena época de reprodução das aves. Para o meio ambiente, é uma perda irreparável”, diz a supervisora da Guarda de São Bernardo, Fernanda Portela da Silva.
A Cetesb fez uma vistoria no local e confirmou às autoridades policiais que a retirada de madeira está sendo feita de forma irregular e que vai tomar as medidas cabíveis para recuperar a vegetação nativa que foi afetada com o corte da madeira.
Uma parte da área protegida é terra indígena e, segundo o guarda João Ferreira, foi demarcada em 2016, após intervenção da Funai e do Ministério da Justiça. A Funai informou que já acionou o Ministério Público Federal para que sejam tomadas as providências criminais contra as empresas.
Os proprietários das madeireiras responsáveis pelo corte, localizadas às margens da Rodovia Régis Bittencourt, na cidade vizinha de Itapecerica da Serra, não quiseram se manifestar sobre a investigação.
—
Imagem: reprodução do Jornal Hoje