“A popularidade de Milei é mantida pelo medo causado pela oposição”. Entrevista com Pablo Semán

Sociólogo investiga os motivos que levaram Milei ao governo e porque é que a sua popularidade não cai apesar dos ajustamentos e cortes. Entre os responsáveis, aponta o kirchnerismo, a gestão da pandemia e uma Argentina sem futuro para milhões de jovens.

A entrevista é de Eduardo Giordano, publicada por El Salto / IHU

Pablo Semán coordenou a edição do livro A ascensão de Milei: chaves para compreender a direita libertária na Argentina. Trata-se de uma obra coletiva, publicada pela Siglo XXI, na qual participam investigadores das Ciências Sociais que analisam o tema sob vários prismas. Este é um dos poucos trabalhos analíticos – não necessariamente críticos – das causas do fenômeno Milei, visto que existem muitas obras hagiográficas, os livros do próprio Javier Milei – denunciados por plágio – e os daqueles que o atacam desde a defesa fechada dos governos anteriores, peronistas e/ou kirchneristas. Assim, foi necessária uma investigação rigorosa sobre como se concretizou a transformação ideológica dos jovens, cujo voto teve um peso decisivo na deslumbrante ascensão do líder da extrema-direita. (mais…)

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França: depois da grande vitória

Nada há de inevitável no avanço da ultradireita, mostram os resultados. Com programa claro e unidade surpreendente, Nova Frente Popular salvou o país. Mas Marine Le Pen conserva força e Macron busca sacar uma nova carta da manga

por Harrison Stetler, na Jacobin | Tradução: Antonio Martins, em Outras Palavras

Não há nada inevitável na ascensão da extrema direita. Os eleitores franceses o demonstraram no domingo (7/7). ao rejeitarem novamente essa possibilidade no domingo. A aliança de esquerda Nova Frente Popular (NFP) liderou uma reviravolta histórica nas eleições parlamentares francesas, emergindo no segundo turno como o maior bloco na próxima Assembleia Nacional. (mais…)

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“O discurso da culpa dos homens, especialmente dos jovens, mobiliza para a extrema-direita”. Entrevista com Alfredo Ramos

IHU

Perfurar as masculinidades para que possa entrar oxigênio. Não para criar modelos de homens ideais, mas para ampliar o que é ser um homem e mudar significados e hierarquias sociais. Em Perforar las masculinidades (Bellaterra), Alfredo Ramos (Madrid, 1978) reflete sobre um tema recorrente nos últimos tempos, mas com a carência de novas abordagens. Doutor em ciências políticas, Ramos tem participado de diversas experiências de economia social e por vários anos trabalhou no grupo do Podemos, na Comunidade de Madrid, experiência da qual provém um dos capítulos mais afiados do livro. (mais…)

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Bolívia: O que aprender com a resistência andina

El Alto ajuda a compreender a Bolívia insurgente: organização popular, outra cosmovisão política e aposta no Comum. Maior cidade indígena do mundo foi crucial para frear os militares esta semana: assim como fora na Guerra da Água, em 2003

por Célio Turino, em Outras Palavras

El Alto, a cidade com maior população indígena do mundo, mais de 1 milhão de habitantes rodeando a capital da Bolívia, La Paz. Povos aimara, quéchua, mineiros, tecelões, camponeses, gente do altiplano e das terras baixas, como chiquitanos e guaranis. Uma profusão de cores, aromas e histórias, em que é quase possível tocar as montanhas. Wayna PotosíIllimani, picos montanhosos com mais neve, por mais altos, mas que também começam a perder a cobertura de gelo milenar, mesmo estando a mais de 6 mil metros de altitude. Não há como acessar La Paz sem passar por El Alto, que paira sobre a capital, estando entre oitocentos e quatrocentos metros acima. (mais…)

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“A polarização e a alta desigualdade tornam a luta contra a desigualdade mais urgente”. Entrevista com Branko Milanović

IHU

O conceituado economista sérvio-americano Branko Milanović bebe nas fontes de algumas das figuras mais relevantes da história da economia e do pensamento econômico, como Adam Smith, Karl Marx, David Ricardo, Vilfredo Pareto e outros, para acompanhar a evolução das ideias sobre a desigualdade ao longo dos últimos dois séculos.

É disso que trata o seu livro Miradas sobre la Desigualdad: de la Revolución Francesa al final de la Guerra Fría, eleito pelos principais meios de comunicação especializados do mundo como um dos melhores de 2023 e que acaba de ser publicado em espanhol. (mais…)

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“Quem é Julian Assange?”: livro inédito detalha bastidores do maior vazamento do WikiLeaks

Leia trecho do livro de Natalia Viana, co-fundadora da Pública, que trouxe documentos secretos para o Brasil e Caribe

Por Redação

Desde 2019, Julian Assange não sabe o que é liberdade, encarcerado na penitenciária de segurança máxima de Belmarsh, em Londres, no Reino Unido. Na verdade, ele não está livre desde 2012, pois o fundador do WikiLeaks passou sete anos dentro da embaixada do Equador na capital britânica, evitando a polícia local por acusações de abuso sexual que acabaram arquivadas. (mais…)

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Bolívia: anatomia de um golpe fracassado

Quartelada do general Zúñiga foi debelada pela firmeza do presidente, mobilização popular e isolamento internacional. Memória do governo Áñez debilita oposição. Mas fraturas entre Arce e Evo Morales, em meio a crise cambial, podem ser trágicas

Por Pablo Stefanoni, em Nueva Sociedad | Tradução: Antonio Martins, em Outras Palavras

Os tanques da Plaza Murillo acabaram sendo uma espécie de farsa que poderia ter levado à tragédia, num clima político cada vez mais deteriorado pelas disputas dentro do Movimento ao Socialismo (MAS) boliviano, hoje fraturado em duas alas: evistas e arcistas. Na tarde de quarta-feira, 26 de junho, o comandante geral do Exército, Juan José Zúñiga – que havia sido demitido na noite de terça-feira mas se recusou a reconhecer a decisão presidencial – ocupou aquela emblemática praça com tanques. Chegou a usar um deles para abrir à força a porta do Palácio Quemado, antiga sede do governo hoje compartilhada com a vizinha Casa Grande del Pueblo. A confusão sobre as intenções e estratégias em jogo reinou durante quase todo o motim, enquanto vários ministros arrastavam móveis para impedir a entrada dos soldados. (mais…)

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