Ponte
Um botequim próximo da Represa Billings num calor de domingo. Surge um senhor de casacão sobretudo, paletó e gravata apoiado numa bengalinha. De bigode volumoso, o estranho personagem pede uma cerveja preta. Bebe rapidamente o seu aperitivo e volta andando com a sua bengalinha para sua residência localizada ali perto no bairro do Eldorado, em Diadema (Grande SP). Ninguém imaginava que aquele excêntrico cavalheiro não era apenas um exótico senhor. Ele dizia que seu nome era Pedro Hochbinchler. Mas esse era apenas um dos codinomes do oficial nazista Josef Mengele (1911-1979), médico responsável pelo campo de concentração de Auschwitz na Segunda Guerra Mundial. “A primeira vez que eu ouvi falar que um médico nazista tinha morado em Diadema foi quando eu tinha onze anos de idade”, lembra o cineasta, músico e produtor audiovisual Marcelo Felipe Sampaio. O garoto ficou muito impressionado por saber que um membro da SS nazista era praticamente seu vizinho.
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