Professor analisa como o Brasil desconhece a realidade do garimpeiro. Enquanto muitos colocam esse sujeito como vilão, o crime organizado se aproxima dele e da lógica estimulada pelo Estado nas décadas de 1960 e 1970, de derrubar a mata para fazer fortuna
Por: João Vitor Santos, no IHU
“Enquanto parte da imprensa nacional e movimentos sociais retratam os garimpeiros como ‘homens maus’, muitos políticos da região aproveitam o clima inquisitório para ressaltar a ‘injustiça’ com que os garimpeiros e garimpeiras são tratados, o que lhes rendem muitos votos”. A constatação é do professor e sociólogo Rodrigo Chagas e resume onde residem as dificuldades de efetivamente pôr fim ao garimpo ilegal na região amazônica, especialmente em Roraima. Embora o atual governo federal venha promovendo ações de desocupação de áreas de garimpo ilegal, especialmente com foco nas Terras Indígenas, a impressão que se tem é que estamos secando gelo. “Ainda não está claro para mim qual é o projeto de médio e longo prazo para a região. Qual é o plano econômico para a área?”, questiona Chagas, na entrevista concedida por e-mail ao Instituto Humanitas Unisinos – IHU. (mais…)