A população tradicional geraizeira, do norte de Minas Gerais, está na luta pela preservação local desde a década de 1970
Caroline Oliveira e Vanessa Nicolav, Brasil de Fato*
Entre o céu e a terra, a vida segue o seu rumo, no entender geraizeiro. Nos Gerais, Deus está em cada tempo vivo: na colheita de certas ervas medicinais que respeita as fases da lua, no roçar do chão durante a primeira hora de claridade do dia, no ajeitar das sementes entre a terra arada de acordo com as estações do ano, na colheita tão esperada por só arrancar o alimento crescido. Na rua, no entanto, ganhou espaço o diabo, como brinca João Guimarães Rosa, em Grande Sertão: Veredas, ao passar pelos Gerais e os “geralistas”, como chama os geraizeiros, em seu livro. Mas o diabo não está no meio do redemoinho. Do lado avesso, é seu próprio fazedor. “É o diabo!”, que, para Adelina Xavier de Moraes, significa o aumento de problemas decorrentes da mineração.
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