Dois Anos Após os Jogos Olímpicos 2016 Vila Autódromo Celebra ‘Vitória Gloriosa’ e Mira o Futuro

por Adam Talbot, em RioOnWatch

No dia 6 de agosto de 2016 começaram os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. Enquanto o gás lacrimogêneo sufocava ativistas em um protesto do lado de fora do Estádio Maracanã, uma pequena fração dos moradores procedentes da Vila Autódromo estavam ocupados mudando-se para novas casas. Essas vinte famílias resistiram à remoção contra todas as expectativas após anos de luta e a perda de 97% dos moradores originais da comunidade. Depois de dois anos, em 5 de agosto de 2018, em um evento organizado conjuntamente pelo Museu das Remoções e a Defensoria Pública – Núcleo de Terras e Habilitação (NUTH), moradores e apoiadores celebraram a notável vitória da Vila Autódromo, ao passo em que miram o futuro da comunidade–bem como o futuro do direito à moradia no Brasil em geral.  (mais…)

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Ressignificar favelas com base em suas qualidades foi tema de debate no 14º Congresso da BRASA

por Sabrina Magalhães, em RioOnWatch

No dia 28 de julho, a Comunidades Catalisadoras (ComCat)* realizou o debate intitulado “Ressignificando as Favelas com Base em suas Qualidades: História, Soluções, Resiliência e Criatividade”, como parte do 14º Congresso Internacional da Associação de Estudos Brasileiros (BRASA), na PUC-Rio. Aproveitando o espaço entre acadêmicos internacionais que estudam o Brasil, a organização montou o debate para além dos pesquisadores pautados pelo congresso, contando com a participação de lideranças do Horto, Rocinha, Vale Encantado e Maré, e de colaboradores pesquisadores da ComCat.

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Quatro táticas de remoção usadas pelas autoridades do Rio, e como moradores de favelas se defendem

por Anna Jönsson, em RioOnWatch

Desde 2015, os próprios dados da Prefeitura do Rio mostraram que 22.059 famílias (aproximadamente 77.000 indivíduos) em toda a cidade foram removidas das suas casas desde 2009, em nome de proteção ambiental, da retirada de pessoas de ‘áreas de risco’, urbanizações e infraestrutura de transportes, ou construção para megaeventos. Embora números exatos sejam difíceis de encontrar, sabemos que o número aumentou desde 2015. (mais…)

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‘E Quanto às Pessoas?’ Desenvolvimento Comunitário Sustentável no Rio, Parte 1—Definindo Resiliência

Esta é a primeira matéria, de uma série de duas partes, de uma resenha do livro ‘Social Sustainability, Climate Resilience and Community-Based Urban Development: What About the People?’ (Sustentabilidade Social, Resiliência Climática e Desenvolvimento Comunitário Urbano: E Quanto às Pessoas?), de Cathy Baldwin e Robin King, incorporando conceitos que contribuem para pensar sobre as favelas do Rio. Volte amanhã para a segunda parte

por Kimberly Farnham e Patricia Basile, em RioOnWatch

As favelas do Rio de Janeiro são cada vez mais reconhecidas como inovadoras em termos de seus projetos comunitários de base sustentável. No Vale Encantado, os moradores construíram biodigestores e hortas comunitárias e limitaram suas próprias construções para proteger o ambiente natural ao seu redor. Na Vila Autódromo, os moradores plantaram árvores para construir o ecossistema local, fornecer uma fonte natural de frutas e oferecer sombra aos pedestres. No Morro da Formiga, os moradores administram uma infraestrutura hídrica cooperativamente gerenciada, juntamente com iniciativas de horticultura e apicultura. No entanto, nem todas as favelas têm moradores proativos em iniciativas para o desenvolvimento comunitário e ambiental. O livro Sustentabilidade Social, Resiliência Climática e Desenvolvimento Comunitário Urban: E Quanto As Pessoas?, de Cathy Baldwin (Universidade de Oxford) e Robin King (Instituto de Recursos Mundiais), atribuiriam a diferença ao grau variado de sustentabilidade social entre as comunidades. (mais…)

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Festa Junina anual da Vila Autódromo celebra a esperança e perseverança

por Sophy Chan, em RioOnWatch

Na noite de sábado, dia 30 de junho, moradores da Vila Autódromo realizaram seu arraiá anual. A comunidade recebeu por volta de 40 pessoas de bairros próximos e distantes. Durante a tarde, a rua principal da Vila Autódromo se encheu de risadas com crianças brincando e adultos compartilhando uma boa conversa e boas lembranças, acompanhadas por pratos tradicionais e um churrasco. (mais…)

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Protesto do Conselho Popular Contra Remoções entrega Manifesto Coletivo sobre Moradia

por Hari Pannum, em RioOnWatch

No dia 18 de maio, membros do Conselho Popular se manifestaram pela segunda vez este ano em frente ao Palácio da Cidade em Botafogo. Em torno de 40 manifestantes–moradores e aliados de comunidades ameaçadas de remoção, como Rio das Pedras, Barrinha, Indiana e Horto–se encontraram na Praça Corumbá para protestar a contínua falta de medidas em relação aos direitos à moradia por parte do Prefeito Crivella e da recém-nomeada Secretária de Urbanismo, Infraestrutura e Habitação Verena Andreatta. Como disse Jaqueline Andrade Costa, da Barrinha, “nada aconteceu” nos dois meses desde a última manifestação em Botafogo. Tal inércia revela as “falsas promessas” que foram feitas ao Conselho Popular, tal como a de que a prefeitura criaria uma equipe para trabalhar com cada comunidade ameaçada de remoção. (mais…)

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Implosão do Antigo Prédio do IBGE, Parte 2: Legitimidade do Ato de Ocupar

por Émilie B. Guérette, em RioOnWatch

Da senzala à ocupação

Uma coisa que Crivella parece esquecer, é que as senzalas do passado, tal como as ocupações do presente, não eram meramente habitações sujas e sem água, mas também lugares de cultura e resistência. Elas têm um significado político profundo do qual os negros escravizados do passado e os ocupantes de hoje são muito mais conscientes do que ele aparenta perceber. Invocar a memória da escravidão sem reconhecer que populações escravizadas lutaram durante 350 anos para ganhar a sua liberdade, através de atos cotidianos de resistência, rebeliões, fuga e a criação de quilombos, é perpetuar uma visão muito parcial da história. Esta visão passiva e vitimista das populações escravizadas não faz honra aos séculos de resistência das populações negra e indígena no Brasil, que até hoje lutam para sobreviver, ser reconhecidas e manter suas culturas vivas. Da mesma forma, chamar os ex-ocupantes da IBGE de ‘escravos’ é usar um termo redutor que não reconhece as estratégias de sobrevivência, a extrema inventividade e a resiliência que caracterizava a vida dentro da ocupação, sem falar da consciência política ativa e do orgulho que sentiam alguns moradores ao terem conquistado um espaço para si e tê-lo transformado em lar. Se o prefeito insistir em se referir ao imaginário da escravidão para falar de moradia, em vez de invocar as senzalas, seria mais justo ele comparar as ocupações a quilombos. (mais…)

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