APOINME divulga nota de solidariedade à Ceiça Pitaguary

Apoinme Brasil

Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (APOINME), que tem como sua base os povos e organizações indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo, vem solidarizar com a guerreira e liderança indígena MARIA DA CONCEIÇÃO ALVES FEITOSA, conhecida no movimento indígena como Ceiça Pitaguary, pela tentativa de homicídio sofrida no dia 19/03/2016, na aldeia Santo Antônio do Pitaguary, em Maracanaú-CE.

Na cultura machista, a violência contra mulheres vem sendo historicamente utilizada como forma de punir as mulheres que buscam vivenciar livremente suas escolhas, sua autonomia exercer o controle sobre suas próprias vidas, seja no espaço público.

Importa destacar aqui que a violência sofrida pela liderança Ceiça Pitaguary configura-se deliberadamente como um instrumento de propagação do terror que, frequentemente usado durante o descobrimento do Brasil, onde nossos líderes eram exterminados por colonizadores.

No Brasil, a violência contra a mulher é crime previsto em leis nacionais, legitimado em acordos internacionais, a exemplo da Lei n° 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), da Lei n° 13.104/2015 (Lei do Feminicídio) e da Convenção de Belém do Pará, que caracterizam como intolerável qualquer violência de gênero contra as mulheres, devendo esta ser denunciada e investigada, com os autores identificados, responsabilizados e punidos.

Num contexto no qual os direitos das mulheres são constantemente violados (com índices alarmantes de violência de gênero no país), no qual esses crimes constata-se o ódio de gênero contra as mulheres indígenas que se destacam em prol dos direitos indígenas.

Por fim, prestamos solidariedade à nossa guerreira Ceiça Pitaguary, vítima de covarde, exortando a sociedade a repudiar toda e qualquer forma de violência contra as mulheres e a se posicionar contra qualquer tipo de violência contra os povos indígenas, e exigimos uma rigorosa ação por parte das autoridades, uma vez que o autor do crime continua solto na comunidade fazendo novas ameaças.

Atenciosamente,

Apoinme Brasil

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