ONU deplora decisão que derruba condenação de policiais no massacre do Carandiru

“Embora a promotoria já tenha anunciado que irá apelar contra a decisão, a anulação das sentenças num dos casos mais sérios de violação dos direitos humanos no Brasil passa a alarmante mensagem de impunidade. Apelamos para que as autoridades garantam que os responsáveis sejam julgados e condenados e garantam os direitos das vítimas e seus familiares, que esperam por justiça há 24 anos”, disse a porta-voz do Escritório de Direitos Humanos da ONU.

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A decisão da justiça de São Paulo de derrubar a condenação de 77 policiais militares envolvidos no massacre do Carandiru é deplorável. A afirmação foi dada nesta sexta-feira (30) em Genebra por Cécile Pouilly, porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (ACNUDH).

“Embora a promotoria já tenha anunciado que irá apelar contra a decisão, a anulação das sentenças num dos casos mais sérios de violação dos direitos humanos no Brasil passa a alarmante mensagem de impunidade. Apelamos para que as autoridades garantam que os responsáveis sejam julgados e condenados e garantam os direitos das vítimas e seus familiares, que esperam por justiça há 24 anos.”

Nesta semana, o Tribunal de Justiça de São Paulo anulou o julgamento que condenou em primeira instância 74 policiais militares envolvidos no massacre do Carandiru. Entre 2013 e 2014, num dos mais longos e complexos júris da história, os PMs haviam sido condenados a penas que somavam 20.876 anos.

Em 2 de outubro de 1992, homens da Tropa de Choque e da Ronda Ostensiva Tobias de Aguiar (Rota), da Polícia Militar, invadiram a Casa de Detenção, no bairro do Carandiru, em São Paulo, durante uma rebelião. A operação terminou com 111 mortos e ficou conhecida como massacre do Carandiru, um dos mais conhecidos casos de violência em presídios do mundo.

4ª Câmara Criminal de SP anula julgamento de PMs condenados pelo Massacre do Carandiru. Foto: Rovena Rosa, Agência Brasil.

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