Munduruku iniciam mapeamento da Terra Indígena Sawré Muybu, com diário de bordo, campanha e participação do Greenpeace

Tania Pacheco – Combate Racismo Ambiental

Os Munduruku da Terra Indígena Sawré Muybu iniciaram ontem o mapeamento participativo desse território com o apoio de parceiros ‘brancos’. São profissionais que trabalham no Greenpeace e que, além de acompanhar o dia a dia dos guerreiros nas próximas semanas, estarão alimentando um tumblr sobre a “Vida na Aldeia” e ajudando a buscar apoio internacional para a campanha “Salve o Coração da Amazônia“.

A T.I. Sawré Muybu, que chegou a ser causa de afastamento de uma presidenta da Funai, foi oficialmente reconhecida pela Funai em abril, como um passo decisivo numa luta de cerca de 30 anos dos indígenas. Há ainda passos a serem dados até a homologação definitiva, e eles incluem a luta contra as barragens previstas para o Tapajós. É esse, aliás, o objetivo da campanha, em apoio à qual é possível assinar AQUI.

O ‘diário’ que está sendo mantido desde ontem pela equipe do Greenpeace tem textos variados, escritos por diferentes membros da equipe e tratando de assuntos diversos, desde a origem dos Munduruku até o anúncio de uma saída para mapear onde vivem as saúvas, uma pescaria que lembra “Fitzcarraldo”, ou a emblemática fábula da Anta e do Jaboti. E tudo acompanhado de belas fotos, rolando continuamente. O acesso é por AQUI.

Feitas essas apresentações, vale ainda compartilhar parte de mensagem de Juarez Saw Munduruku, encaminhando essas informações:

Em nome do povo Munduruku, escrevo para agradecer a você e todas as pessoas que vem nos apoiando na luta para manter nosso modo de vida e proteger nossas florestas.

Estamos lutando há mais de 30 anos contra a construção de hidrelétricas no nosso rio e sabemos que, além do governo, existem muitas empresas internacionais interessadas na construção dessas hidrelétricas. Por isso, temos buscado o apoio de outros povos do mundo, para que a nossa mensagem seja ouvida inclusive por essas empresas. Esperamos que com o apoio de vocês, essas empresas desistam de participar da construção das hidrelétricas que ameaçam nossa cultura.

Não vamos desistir de lutar por nossos direitos, de proteger nossas florestas e o nosso rio. Vamos enfrentar de cabeças erguidas todos aqueles que querem nos destruir. Sabemos que muitas batalhas ainda estão por vir, e esperamos contar com o apoio de todos vocês sempre que for necessário.

Sawe! Sawe!”

Sawe, sempre!

Munduruku durante mapeamento participativo na Sawré Muybu. Foto: Marizilda Cruppe /Greenpeace
Munduruku durante mapeamento participativo na Sawré Muybu. Foto: Marizilda Cruppe /Greenpeace

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