Levantamento nacional aponta que opinião popular responsabiliza mineradora, controlada pela Vale e pela BHP; Dois meses já se passaram desde o rompimento da barragem.
Do Brasil de Fato, na Página do MST
Na última terça-feira (5), completaram-se dois meses do rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG). Ainda não há levantamento definitivo sobre os impactos sociais gerados pela tragédia, mas, para a população brasileira há pelo menos um consenso: a principal responsável.
Segundo levantamento nacional realizado pela Hello Research, 89% dos brasileiros culpam a Samarco. As informações são do jornal O Tempo.
De acordo com a pesquisa, 89% dos entrevistados culpam a empresa, que é controlada pela Vale e pela BHP Billiton, como principal responsável pela tragédia.
A mineradora, porém, não está sozinha. Falhas na fiscalização do governo estadual têm culpa para 73% dos entrevistados, enquanto o governo federal também é culpado para 62%.
“Chama a atenção que, mesmo em um momento político complicado, o governo federal não foi tão apontado pela população. Os números mostram que está bem enraizada na mentalidade do país a responsabilidade da Samarco, o que mostra que também sabemos responsabilizar os serviços privados”, avaliou Dênis Bertoncello, diretor da Hello Research, em entrevista ao Tempo.
A pesquisa ouviu a opinião de 1.200 pessoas em todo o país em dezembro de 2015 e tem margem de erro de três pontos percentuais. Procurada pelo jornal mineiro, a Samarco não comentou a avaliação.
Repercussão internacional
O jornal britânico The Guardian, em matéria da retrospectiva de 2015, colocou a tragédia em Mariana como um dos “cinco escândalos corporativos” que “definiram” o ano.
A publicação inglesa lembrou ainda que a mineradora Vale tentou se esquivar da responsabilização, afirmando que a Samarco é “uma companhia independente”, opinião que não foi aceita pela Justiça. Além disso, o Guardian alertou seus leitores sobre a ausência de novidades no caso, ainda que tenha sido o maior da história brasileira. O estado de Minas Gerais, nos últimos dez anos, sofreu cinco rupturas de barragens.
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Foto: Corpo de Bombeiros/MG.