Chega de violência no campo! Repúdio ao atentado contra trabalhadores rurais no Paraná

Plataforma de Direitos Humanos – Dhesca Brasil

Faltando dez dias para o Dia Internacional da Luta Camponesa, que é comemorado no dia 17 de abril, vivenciamos mais um ato de covardia e de extrema violência que resultou na morte dos trabalhadores rurais Vilmar Bordim, 44 anos, casado, pai de três filhos e Leomar Bhorbak, de 25 anos, que deixa esposa grávida de nove meses. Ao menos sete pessoas ficaram feridas.

Na tarde desta quinta-feira, 7 de abril, a Polícia Militar e jagunços da madeireira Araupel fizeram uma emboscada contra trabalhadores rurais do acampamento Dom Tomás Balduíno, em Quedas do Iguaçu, região centro do Paraná. O acampamento é ocupado por 2.500 famílias – cerca de sete mil pessoas – e está localizado em uma área pertencente à União que foi grilada pela Araupel. A Justiça Federal declarou, em função da grilagem, que as terras são públicas e devem ser destinadas para a reforma agrária.

O Governo do Paraná tem se notabilizado por ações que atentam gravemente contra os direitos humanos. No ano passado, também no mês de abril, o então Secretário de Segurança Fernando Francischini comandou uma ação da Polícia Militar que resultou em mais de 200 pessoas feridas e ficou conhecida como o “Massacre de 29 de Abril”. Na época, o governador Beto Richa afirmou que a polícia realizou uma “ação de defesa”, assim como a Secretaria de Segurança Pública do Estado está fazendo agora alegando que os policiais é que sofreram uma emboscada.

A Plataforma de Direitos Humanos – Dhesca Brasil repudia com veemência mais este atentado contra os Direitos Humanos, se solidariza com as companheiras e os companheiros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, que é filiado à Plataforma, e soma-se ao Movimento exigindo:

  • Imediata investigação, prisão dos policias e seguranças e punição de todos os responsáveis – executores e mandantes – pelo crime cometido contra os trabalhadores rurais Sem Terra;
  • O afastamento imediato da policia militar e a retirada da segurança privada contratada pela Araupel;
  • Garantia de segurança e proteção das vidas de todos os trabalhadores acampados do Movimento na região;
  • Que todas as áreas griladas pela empresa Araupel sejam destinadas para Reforma Agrária, assentando as famílias acampadas.

REFORMA AGRÁRIA POPULAR JÁ!
PELO FIM DA VIOLÊNCIA NO CAMPO!

Imagem: Mídia Ninja

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