Na Bahia, o “Nego Fugido” lembra que a liberdade ainda não chegou, por Leonardo Sakamoto

No blog do Sakamoto

Acupe, Bahia – Nos meses de julho, sempre aos domingos, acontecem as “aparições” do Nego Fugido, pela ruas de Acupe, distrito de Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo Baiano. Essa manifestação popular, uma encenação da luta pela libertação dos escravos, tem origens no século 19 e faz uma releitura da abolição. Caçados por capitães do mato e soldados, os escravos conseguem se rebelar e capturam o rei para exigir sua alforria.

“O Nego Fugido é o passado, o presente e o futuro”, afirma Monílson dos Santos, mestre em Artes pela Unesp e um dos articuladores do Nego Fugido. “Essa comunidade vive toda a miséria e violência que você pode imaginar. Esse grito é um ecoar de um grito por uma liberdade que ainda não aconteceu. Que ainda está ecoando, desde o passado, há mais de 100 anos: queremos a carta de alforria”.

Deixe um comentário

O comentário deve ter seu nome e sobrenome. O e-mail é necessário, mas não será publicado.

oito + 4 =