Povo Ka’apor denuncia nova invasão de madeireiros e cria 8ª Área de Proteção a seu território

Nossa luta não pára. Não vamos deixar madeireiros e incêndios entrar em nosso território!

Nós Povo Ka’apor não paramos nossa luta em defesa do nosso território. Não vamos esperar a funai, ninguém do governo pra limpar nossos limites, vigiar e tirar madeireiros do nosso território. Junto com nosso Conselho de Gestão Ka’apor decidimos continuar o trabalho.

No inicio desse mês de agosto formamos tres grupos de indigenas com apoio de nossa Guarda Florestal para limpar nossos limites contra incêndios, vigiar e proteger contra os madeireiros. São quase 120 indigenas fazendo esse trabalho em nosso territorio.

No dia 18 de agosto o nosso grupo de 50 pessoas, com nossos guardas florestais, juntamente com nossas mulheres e crianças, encontramos um ramal de madeireiros que tiravam toras de madeira em caminhões de dentro de nosso territorio. Decidimos fechar esse ramal localizado no Povoado Tancredo Neves, município de Nova Olinda do Maranhao.

Avisamos duas vezes ao Ibama e Policia Federal sobre essa situação. Mas, como eles não deram retorno pra gente e nem vieram tirar os madeireiros, nós decidimos agir e defender o que é nosso, nosso territorio, nossa floresta.

Agora, estamos acampados na beira do Rio Hola, dentro do nosso territorio. Tem ainda 6 caminhões madeireiros e um trator na mata. Não vamos sair de nosso acampamento. O Ibama e Policia Federal tem que ir lá tirar e prender esses agressores.

Avisamos uma semana atrás para os madeireiros saírem da área, mas eles não respeitaram nossa decisão. Por isso nossos Guardas Florestais Ka’apor resolveram agir. Nosso Conselho de Gestão Ka’apor decidiu que essa será a 8ª Área de Proteção Ka’apor criada para manter o nosso território protegido.

Mesmo com uma decisão do juiz federal em 2014 a Funai do Maranhão nunca criou nenhum Posto de vigilância e fiscalização com a participação e consulta ao nosso conselho de gestão. Vamos deslocar mais Guardas Florestais e famílias para o nosso acampamento.

Não podemos deixar a floresta ser destruida, nossa alimentação acabar e nosso territorio ser destruido. Os Kamará (branco) e o governo ficou com muita terra que era nossa. Nosso povo está aumentando e precisa desse territorio pra continuar vivendo.

Conselho de Gestão Ka’apor.

 

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