Lideranças indígenas do Parque do Xingu pedem mais estrutura para a saúde

As etnias se reuniram com a Câmara de Populações Indígenas do MPF para expor a situação precária vivida no estado de Mato Grosso

Na PGR

A Câmara de Populações Indígenas e Povos Tradicionais (6ª CCR) do Ministério Público Federal recebeu diversas lideranças do Parque Indígena do Xingu para discutir a estruturação da saúde indígena no nordeste do estado de Mato Grosso. O encontro foi realizado nessa terça-feira, 27 de setembro, na sede da Procuradoria-Geral da República (PGR), em Brasília.

As lideranças representantes de 16 etnias residentes no parque indígena querem a substituição do atual coordenador do Distrito de Sanitário Especial Indígena (Dsei) de Canarana, em Mato Grosso. De acordo com os indígenas, as demandas dos moradores não haviam sido atendidas pela chefia do distrito, motivando a ocupação pacífica do DSEI por cerca de cem pessoas das etnias Terena, Guarani e Kaiowá desde o início do mês de setembro. Os participantes da reunião relataram violência policial na tentativa de retirada de lideranças do local.

Os indígenas também manifestaram posicionamento contrário à municipalização da saúde indígena. Para eles, a medida poderá impactar negativamente as estruturas consolidadas por políticas federais, deixando-as vulneráveis a interesses políticos locais.

Para o subprocurador-geral da República e coordenador da 6ª CCR, Luciano Mariz Maia, a manifestação dos indígenas é legitima e permitirá a visibilidade às questões de saúde indígena, assim como a negociação com os órgão responsáveis: “Vieram compartilhar com a 6ª CCR preocupação com a temática da saúde, nisso demonstrando a abertura para dialogar com as autoridades”, reforçou o subprocurador-geral.

Demandas – Entre as reivindicações dos indígenas está a construção de duas Casas de Saúde Indígena (Casai) em dois municípios mato-grossesenses – Querência e Gaúcha do Norte. As lideranças alegam que as edificações atuais que atendem a população de Querência são muito precárias e não têm estrutura adequada para receber pacientes.

Imagem: Antônio Augusto/ Secom/ PGR

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