MS – Novos poços são ativados e abastecem casas nas aldeias

Famílias passaram meses sem água potável e tinham que usar água de córrego para matar a sede. Crianças chegaram a perder aula por falta de água

Por Valéria Araújo, O Progresso

Os dois novos poços da Reserva Indígena foram ativados em rede nesta semana, levando água para milhares de famílias, que estavam há meses sofrendo com o desabastecimento. O indígena Fernando Souza, destaca a importância da chegada da água. “Não havia água potável para as famílias. As crianças estavam adoecendo e tarefas do dia a dia como lavar uma roupa e limpar a casa estavam comprometidas. As lideranças estavam muito preocupadas, porque água é um bem essencial, um direito que estava nos sendo privado. Situação desumana”, destaca. A indígena Sirlei Cândido Lima Martins diz que durante o período de desabastecimento sofreu sem poder lavar roupa. “Meus filhos ficavam dias sem ir para a escola porque não tinham roupa limpa e nem podiam tomar banho. As escolas também dispensaram os alunos várias vezes, por falta de água. Agora esses problemas acabaram”, agradeceu.

A situação estava tão grave que em agosto indígenas das aldeias Jaguapiru e Bororó fecharam a rodovia MS 156 por três dias.Equipes da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) chegaram dias depois na reserva para fazer a perfuração de dois novos poços, um na aldeia Bororó e outra na Jaguapirú.

Depois dessa fase a Funasa fez a ligação na rede adutora, que vai para o reservatório para que a água fosse distribuída e chegasse às torneiras das residências. De acordo com as lideranças, com os novos poços, a comunidade totaliza oito reservatórios, alguns com mais e outros com menos vazão. Paralelo a isto, a Sanesul também tenta “salvar” um dos reservatórios que apresentou problemas de falta de manutenção, o que deve melhorar ainda mais a distribuição da água nas aldeias de Dourados.

Termo de cooperação Conforme mostrou O PROGRESSO, os reservatórios são resultado de Termo de Cooperação entre a Funasa e Sesai com interlocução do deputado Geraldo Resende. A assinatura aconteceu em julho e contou com a presença de lideranças indígenas, que acreditam que a medida ameniza o problema, mas é preciso resolver de vez o desabastecimento. Os novos poços têm uma profundidade de 112 metros com vasão de 17.100 litros/hora.

Imagem: Água chega na Reserva. Foto: Marcos Ribeiro.

Comments (3)

  1. Vivem três etnias. Terena, Guarani- Ñandeva e Guarani-Kaiowá. A área é historicamente Kaiowá.

  2. A matéria reproduzida do jornal do MS não informa, mas nas duas aldeias vivem indígenas dos povos Guarani e Kaiowá, principalmente, e Terena.

  3. Não consegui saber o nome do Povo Indígena que está sofrendo com a falta d’água, Só foi informado o nome das Aldeias e no fim do texto cita Dourados que dá uma pista para quem já entende um pouco da causa.

Deixe um comentário

O comentário deve ter seu nome e sobrenome. O e-mail é necessário, mas não será publicado.

16 + 5 =