Na década de 1970, no auge da ditadura militar, sem qualquer consulta, informação ou respeito ao povo Xokleng Laklãnõ, o governo construiu uma Barragem na porta da terra Indígena “Ibirama Laklãnõ”, no alto vale do Itajaí – Santa Catarina, chamada Barragem Norte.
Destruiriam a vida de um povo milenar para proteger a população de Ibirama, Indaial e Blumenau que com mais outras duas barragem protegeria toda a população que se assentou às margens do rio Itajaí nos séculos XIX e XX.
Ocorre que a Barragem Norte, a maior das três, destruiu a vida do povo Xokleng Laklãnõ, alagou as terras de várzea, cobriu a aldeias e lavouras existentes, destruiu a fonte da vida que provinha das águas límpidas e piscosas do rio Itajaí do Norte. Foi um desastre geral. Para o povo Xokleng Laklãnõ restou um lago lamacento e podre, que oscila em decorrência das chuvas. Estradas são interrompidas, casas são alagadas, a escola é fechada, famílias ilhadas e nos últimos anos começou desmoronamentos de terra em virtude da oscilação da água.
Esse contexto, com depoimento dos próprios indígenas, é retratado no documentário – ENCHENTE: O OUTRO LADO DA BARRAGEM NORTE, realizado pela Café Cuxá Filmes e produzido pelo Conselho Indigenista Missionário – Regional Sul, Conselho de Missão entre Povos Indígenas da IECLB, Fundação de Ensino Regional de Blumenau e Universidade Federal da Integração latino Americana, com o Apoio da CESE – Coordenadoria Ecumênica de Serviço, Instituto das Irmãs de Santa Cruz e da Brot Für Die Welt.
O pré-lançamento está agendado para o dia 09 de março, quinta-feira, às 18h30min no auditório do CFH da UFSC, bairro Trindade, Florianópolis – SC.
O documentário quer ser um espaço de diálogo com a população regional que desconhece o problema vivido pelos povos indígenas. Também deseja ser um espaço de denúncia das violações promovidas pelas autoridades brasileiras. Acima de tudo é um grito de socorro do povo Xokleng Laklãnõ.