Conflito aconteceu em março de 2015. Primeiro júri federal do município de Erechim durou três dias
Ministério Público Federal no Rio Grande do Sul
O primeiro júri federal do município de Erechim (RS) chegou ao fim, nesta quarta-feira (22), com a condenação dos oito envolvidos no violento conflito indígena na aldeia Passo Grande do Rio Forquilha. Durante três dias, membros do Ministério Público Federal (MPF) atuaram no júri pela condenação de todos os réus.
O caso ocorreu em 13 de março 2015, quando Adelir Pedro Paulo, Aderli de Paula, Edinho Peni Felix, Jonas Sales, Mauricio de Paula, Miqueias da Silva e Imacir Caetano Chaves, sob o comando e orientação deste e de Rosane da Silva invadiram a terra indígena e iniciaram um tiroteio, que resultou em um homicídio e sete tentativas de homicídio, todos na forma qualificada.
O MPF obteve a condenação dos oito acusados. No júri, atuaram os procuradores da República Letícia Carapeto Benrdt, Gustavo Torres Soares (Grupo de Apoio ao Tribunal do Júri) e Carlos Augusto Toniolo Goebel.
“Foi uma grande tragédia na terra indígena do Passo do Forquilha, atingindo vários inocentes, sendo que uma das vítimas tinha apenas 11 anos de idade. Na casa que foi alvejada com 39 tiros havia uma criança de apenas três anos, que foi escondida dentro de um guarda-roupa. Tudo muito triste”, ressaltou a procuradora da República. Torres Soares reforçou a importância da decisão. “O MPF espera que estas duras condenações sirvam como marco, nesta região do Alto Uruguai, onde são frequentes os conflitos entre indígenas, sobre o que é ou não aceitável nas disputas políticas internas às comunidades indígenas”, acrescentou o procurador.
O primeiro júri federal de Erechim ocorreu nos dias 20, 21 e 22 deste mês.
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Imagem: T.I. Kaingang Passo Grande do Rio Forquilha. Foto: Cimi Regional Sul.