Manifestações por justiça a Marielle tomam as ruas de todo o Brasil

Em Minas, mulheres do MST e do MAM prestaram homenagem à vereadora e denunciaram os crimes referentes à mineração; confira outras manifestações pelo país

Da Página do MST

Após um ano da execução da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Pedro Gomes,  muitas cidades realizaram homenagens à memória e legado da vereadora. Movimentos populares, organizações sociais e parlamentares cobram uma posição dos investigadores sobre a pergunta que segue sem resposta: quem mandou matar Marielle?

Indícios apontam que assassinos de Marielle e Anderson estão ligados à milícia do Rio de Janeiro, e mesmo com a prisão de dois suspeitos na última terça-feira (12/03),  ainda não foram divulgadas explicações concretas sobre a motivação do crime.

Hoje as mulheres Sem Terra encerram mais uma Jornada Nacional de Luta pelas Mulheres, cujo lema consiste em uma homenagem à vereadora: “Pela vida das mulheres, somos todas Marielle!”.

#QuemMandouMatarMarielle?

No final da tarde, organizações prometem voltar às ruas com atos políticos, principalmente no Rio de Janeiro, aonde ocorreu o crime. Manifestantes cobriram calçadas e paredes com imagens e flores em três principais pontos da cidade: no local do crime, no centro do Rio; nas escadarias da Câmara dos Vereadores e no Complexo da Maré. Os Arcos da Lapa também amanheceram com uma faixa em memória à vereadora, enquanto a igreja da Candelária realizou uma missa em sua memória.

Já em Minas Gerais, cerca de 400 mulheres  MST e do MAM (Movimento Pela Soberania Popular na Mineração) pararam o trem que transporta o minério de ferro próximo a Sarzedo, cidade vizinha a Brumadinho. Para dispersar a manifestação a polícia usou da violência atirando balas de borracha e bombas de gás lacrimogênio. No Paraná, integrantes do MST desenvolveram no hemocentro do Hospital Universitário de Londrina uma campanha de doação de sangue em memória à data.

A Bahia também sediou diversos eventos: na cidade de Itaberaba, 250 mulheres de todas as regiões da Chapada Diamantina caminharam  pelas ruas do centro com faixas e cartazes; Juazeiro da Bahia também contou com cerca de 250 mulheres nas ruas reivindicando o direito pela vida das mulheres e lembraram de Marielle; em Eunápolis, no extremo sul da Bahia, Mulheres Sem Terra marcharam pelo centro da cidade demandando justiça; em Itabiúna, 100 mulheres de diversos movimentos e organizações populares ocuparam as ruas da cidade pela memória de Marielle Franco e em denuncia a violência contra mulher. No ano passado a cidade foi considerada a segunda cidade mais perigosa para as mulheres baianas.

No Distrito Federal, parlamentares do PSOL organizaram um ato na Câmara dos Deputados para protestar junto à deputados de partidos como PT, PCdoB e PSB. Todos ressaltaram a importância da ação pelo fim da impunidade deste crime, além de destacar a conjuntura atual e debater sobre o futuro do campo democrático-popular.

O exemplo de luta de Marielle serviu de inspiração não só para relembrar seus projetos de um país melhor, mas também abriu precedentes para a discussão de demandas atuais. Em muitas destas manifestações foram levantadas outras pautas que afetam as mulheres em todo o país, principalmente as negras e periféricas, como o desmonte da Previdência, o feminicídio no Brasil e os retrocessos do governo Bolsonaro.

Amanhecer com Marielle no Rio de Janeiro (Foto: Pablo Vergara)

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