Na noite desta terça-feira (26), Uálame Machado secretário de Segurança Pública do Pará, anunciou a prisão do suposto mandante dos assassinatos de Dilma Ferreira, o marido dela, Claudionor Costa da Silva e de Hilton Lopes, integrante do Movimento dos Atingidos por Barragens. Eles foram amarrados e esfaqueados na sexta-feira (22), no assentamento Salvador Allende, na área rural próxima a hidrelétrica de Tucuruí.
Por Pedro Calvi, CDHM
No domingo (24) outros três corpos carbonizados foram encontrados em uma fazenda localizada nas imediações da vicinal da Martins, na mesma zona rural, no sudeste do Pará. As vítimas eram Marlete da Silva Oliveira, Raimundo de Jesus Ferreira e Venilson da Silva Santos.
O suspeito é Fernando Ferreira Rosa Filho, conhecido como “Fernando Chalon”, dono de uma fazenda no município de Baião, onde os corpos foram localizados carbonizados. Ele teria contratado quatro matadores de aluguel, que ainda não foram presos e são alvo de diligências nos municípios de Novo Repartimento, Tucuruí e Baião.
Durante a investigação, o governador do Pará, Helder Barbalho. manteve contato com o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM), Helder Salomão (PT/ES), sobre os crimes. Barbalho falou sobre as providências que estavam sendo tomadas e garantiu que os crimes seriam esclarecidos.
“A nossa Comissão tem a atribuição de receber, avaliar e investigar as denúncias relativas a qualquer ameaça ou violação de direitos humanos. Além disso, o assassinato de defensores de direitos humanos é uma grave violação dos compromissos internacionais assumidos pelo Brasil na Assembleia Geral das Nações Unidas”, conclui Helder Salomão.
O caso
Fernando Ferreira Rosa Filho, segundo depoimentos, queria ocupar uma parte das terras de Dilma e do marido para a possível construção de uma pista de pouso clandestina para aeronaves de traficantes de drogas. Já no caso dos três camponeses carbonizados, o motivo seria uma dívida trabalhista.
O suposto mandante é acusado de vários crimes na região Sudeste do Pará, como envolvimento com o tráfico de drogas, roubo a banco, homicídio e grilagem de terras.
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) havia denunciado para a CDHM na sexta-feira (22) o assassinato dos defensores de direitos humanos. Logo após receber a denúncia, o presidente da CDHM solicitou providências ao governador do Pará, ao secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social e para o procurador-geral de Justiça, Glberto Martins.
Dilma era coordenadora regional do MAB em Tucuruí. Em 2011 ela participou de uma audiência com a então presidente Dilma Rousseff e entregou um documento pedindo uma política nacional de direitos para os atingidos por barragens e atenção especial às mulheres atingidas.
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Imagem: Dilma Ferreira da Silva – Foto: reprodução G1