No Mab
Moradores do Assentamento Queima Fogo estão sendo retirados dos programas de distribuição de água da mineradora Vale, conquistados com luta dos atingidos para o abastecimento de água de comunidades atingidas pelo rompimento da barragem Córrego do Feijão, em Brumadinho.
A retirada das famílias do Assentamento ameaça a vida dos animais criados nos lotes. Sem a água, não há como manter os animais, fonte de renda e sustento para diversas famílias. O assentamento Queima Fogo fica no município de Pompeu. Algumas famílias lutaram por mais de 15 anos pela terra, que foi regularizada há 10 anos. No local moram cerca de 35 famílias que plantam, criam gado, produzem queijo e diversas outras produções mantidas com as águas do Rio Paraopeba.
Segundo denúncias dos atingidos, a retirada da comunidade do programa de distribuição de água se iniciou após o acordo entre a mineradora e entidades de Justiça feito a portas fechadas, sem a participação dos atingidos, que reduziu à metade o valor pago do auxílio emergencial de grande parte das famílias.
Conforme acordo firmado, só seguirão recebendo o valor integral do Auxílio Emergencial as comunidades de Córrego do Feijão, Parque da Cachoeira, Pires, Cantagalo, Alberto Flores – as comunidades que beiram o Córrego do Carvão, e as famílias que estão cadastradas em algum dos programas da Vale, como o de distribuição de água. A empresa, com a clara intenção de cessar a reparação dos danos causados à Bacia do Paraopeba, começa a diminuir ainda mais o número de famílias que recebem o Auxílio Emergencial, ao se eximir de mitigar os danos causados pelo irresponsável rompimento da barragem.
A exclusão já vinha acontecendo desde antes, apontando que a empresa já sabia o que viria a seguir, como ficou claro na audiência, quando o tema da continuidade do Auxílio emergencial sequer foi tocado, os presentes foram apenas comunicados do acordo já fechado entre a empresa, o Ministério Público, a Defensoria Pública e o juiz, com os termos que constam da Ata da audiência do dia 29/11.
Os atingidos sofrem com o descaso e a impunidade da empresa, que vem perpetrando ações para deixar de arcar com os custos das perdas que os moradores das comunidades próximas ao Paraopeba tiveram e seguem sofrendo com a destruição do Rio.
Somente a organização e a luta podem sensibilizar as autoridades para que os Direitos perdidos sejam recuperados!