Somente no mês de julho passado, 73% do desmatamento na Amazônia relacionado ao garimpo ocorreu em Unidades de Conservação e Terras Indígenas (TI), áreas que deveriam estar protegidas, segundo demonstra levantamento feito pelo Greenpeace.
A partir de dados do sistema DETER-INPE, o levantamento identificou a supressão de 2.369 hectares de vegetação para exploração de garimpo na Amazônia neste período, com o Pará concentrando 91% dessa devastação – sendo que apenas duas cidades, Itaituba e Jacareacanga, respondem por 70% do desmatamento associado ao garimpo. Um total de 55% desse desmatamento ocorreu dentro de três áreas protegidas: Área de Proteção Ambiental (APA) do Tapajós, TI Munduruku e TI Kayapó, todas no Pará.
“Os dados confirmam que o avanço do garimpo sobre as Terras Indígenas e Unidades de Conservação tem sido contínuo”, explica Carolina Marçal, do Greenpeace Brasil. “Essa realidade explicita a vulnerabilidade em que se encontram essas áreas e os Povos Indígenas diante da corrida desenfreada pelo ouro, que se alastra como uma epidemia pela Amazônia”.
O levantamento foi matéria do Congresso em Foco e d’O Globo.