Assentamento Lagoa do Prado, região norte do estado do Piauí, completa 17 anos de existência e vem sendo fortemente ameaçado de despejo de forma ilegal
Por MST no Piauí
O assentamento Lagoa do Prado, acompanhado pelo MST, vem sendo fortemente ameaçado de despejo de forma ilegal. Localizado a 25 km do município de Parnaíba, região norte do Estado do Piauí, e a 325 km da capital Teresina, o assentamento completa 17 anos de existência em 2020.
Empresários da região tentam a alguns anos, de forma sorrateira, se apossar das terras que são destinadas a mais de 75 famílias de pequenos agricultores. O assentamento possui uma área de 970 hectares, desapropriada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária INCRA/PI no dia 27 de Novembro de 2003.
Desde então, cerca de 80 famílias residem na área e sobrevivem da agricultura familiar, com uma produção estimada de 50 toneladas de macaxeira (mandioca) por ano, além de milho, arroz, feijão, legumes e criação pequenos animais.
Parcerias recentes com universidades e outras instituições, como a Universidade Estadual do Piauí (UESPI), proporcionaram a produção de alimentos em quintais produtivos, onde se produz plantas frutíferas e hortaliças.
O PA Lagoa do Prado conta com uma estrutura de mais de 75 casas populares em formato de agrovila, uma associação de moradores, três igrejas considerando a liberdade religiosa, uma escola de ensino médio e EJA com mais 120 alunos matriculados.
O assentamento de quase duas décadas possui benfeitorias construídas pelas famílias assentadas e foi desapropriada para fins de reforma agrária. O despejo, além de deixar as famílias sem casas e sem formas de sobrevivência, é crime e atenta contra a vida e contra o estado democrático de direito.
Solicitamos às autoridades competentes e às instituições governamentais que não permitam que esse ato de injustiças ocorra contra os agricultores assentados da reforma agrária, que residem no assentamento Lagoa do Prado desde 2003.
NÃO A CRIMINALIZAÇÃO DOS ASSENTAMENTOS DA REFORMA AGRÁRIA!
*Editado por Fernanda Alcântara
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Imagem: Famílias mobilizadas para resistência. Foto: Adilson de Apiaim