Na CPT Bahia
“A gente se sente ninguém, é como se aqui não tivesse gente”. Esse é o sentimento da população de várias comunidades ribeirinhas, do município de Sento Sé (BA), que estão localizadas próximas à Serra da Bicuda. Cerca de 2.000 famílias, de 11 comunidades, estão vivendo assustadas, sem qualquer informação oficial sobre a mineração que será implantada próximo a suas casas.
O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA) concedeu à Colomi Iron Mineração LTDA, que pretende extrair ferro em uma mina a céu aberto na Serra da Bicuda, a licença de instalação no local. No entanto, as comunidades que serão atingidas pelo empreendimento nunca foram informadas, nem consultadas e desconhecem qualquer informação sobre o projeto de mineração.
De acordo com a legislação, antes dessa licença, a empresa deve realizar audiências públicas e divulgar os estudos sobre os impactos ambientais que a mineração irá causar. Mas não houve nenhum diálogo com a população. De forma ilegal e sem respeitar os direitos das comunidades ribeirinhas, a empresa já enviou trabalhadores e máquinas ao local.
Em reunião, realizada na última quinta-feira (17), representantes de diversas comunidades da região, manifestaram a indignação com a forma desrespeitosa que a população vem sendo tratada. Lideranças comunitárias também apontaram a omissão da Prefeitura Municipal e da Câmara de Vereadores de Sento Sé em relação ao assunto.
No vídeo abaixo, moradores/as de comunidades que serão atingidas pela mineração comentam sobre os direitos que estão sendo violados e a preocupação com o modo de vida da população e o rio São Francisco.
Assista:
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Imagem: Comunidades Pascoal e Limoeiro, Sento Sé (BA). Ao fundo, a Serra da Bicuda.