Garimpo ilegal em alta: barro escurece águas do “Caribe Amazônico” em Alter do Chão (PA)

Moradores e turistas do balneário localizado em Santarém veem crescimento da mineração como causa do fenômeno

Redação Brasil de Fato

O crescimento do garimpo pode estar modificando a paisagem de um dos principais destinos turísticos da Amazônia, a vila de Alter do Chão, pertencente ao município de Santarém, no oeste do Pará. 

Apelidado de “Caribe Amazônico”, o local é conhecido pelas praias de águas doces, cristalinas e azuladas. Desde dezembro, porém, um fluxo de águas turvas e barrentas surpreende turistas e moradores, que apontam a mineração de ouro como causa do problema. 

O balnerário fica no rio Tapajós, cuja bacia é a quinta maior da Amazônia. O fenômeno do escurecimento das águas é, até certo ponto, natural, mas não nessa época do ano, garantem moradores.  

O Greenpeace monitorou a mineração em rios que banham duas terras indígenas – Munduruku e Sai Cinza – e desaguam no Tapajós. A conclusão foi que o garimpo ilegal causou a destruição de mais de 600 quilômetros desses cursos d’água. 

Para quem conhece a região, a principal suspeita é que a terra removida em grandes quantidades pelas escavadeiras mecânicas estejam sendo empurradas pelas chuvas para o leito dos rios, escurecendo as águas de Alter do Chão. 

“O Rio que já foi de um azul fascinante, está sendo assassinado! Águas barrentas, cheias de resíduos nocivos à saúde estão sendo despejados sem piedade alguma. Em sua maioria pela mineração irregular de inúmeros garimpos ao longo do rio”.

A declaração foi postada nas redes sociais da agência de turismo Poraquê, atuante há mais de 10 anos, conclui a publicação. O turismo é a principal fonte de renda na vila. 

Edição: Leandro Melito

Imagem: Faixa de areia separa águas barrentas e claras no balneário turístico de Alter do Chão (PA) – Élder Stéfano/Poraquê Turismo

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