Objetivo foi verificar in loco como está a retirada de rejeitos, que permanecem causando danos quase sete anos após o desastre
Ministério Público Federal em Minas Gerais
O Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), acompanhados da desembargadora presidente do Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF6), Mônica Sifuentes, e do juiz da 12ª Vara Federal (atual 4ª Vara Federal*), Michael Procopio Avelar, visitaram, nesta segunda-feira (3), áreas atingidas pelo rompimento da barragem de Fundão.
De propriedade das mineradoras Samarco, Vale e BHP Billiton, a barragem de Fundão rompeu-se no dia 5 de novembro de 2015, matou 19 pessoas e causou danos ambientais, sociais e econômicos naquele que é considerado o pior desastre ambiental causado pela mineração no mundo.
A visita partiu de um convite feito pelo Ministério Público aos órgãos do Poder Judiciário Federal que recentemente começaram a atuar no caso a partir da mudança do juiz que atua perante a 12ª Vara e da instalação do novo tribunal regional federal mineiro.
As autoridades realizaram um sobrevoo na região, para visualizarem a Usina Hidrelétrica Risoleta Neves (barragem de Candonga) e a área da Fazenda Floresta onde estão sendo depositados os rejeitos retirados de Candonga. Após, foi realizada visita in loco nesses locais.
“O objetivo dessa visita foi mostrar aos membros do Poder Judiciário que, sete anos após o desastre, ainda há muito a ser feito. Dentro do próprio reservatório da usina hidrelétrica, ainda há uma quantidade enorme de rejeito e os danos ambientais, sociais e econômicos continuam não só ocorrendo, como estão longe de uma solução”, afirma o procurador da República Carlos Bruno Ferreira da Silva.
No final, os visitantes ainda receberam representantes de algumas comunidades atingidas – Rio Doce, Santa Cruz do Escalado e Santana do Deserto – para ouvir informalmente seus relatos e reivindicações.
Trincas e rachaduras – O procurador da República Carlos Bruno, o promotor de Justiça Paulo César de Lima e o juiz federal Michael Avelar também inspecionaram uma residência na área, para verificar as rachaduras e trincas nas paredes causadas pelo trânsito dos caminhões que fazem o transporte do rejeito retirado de Candonga para a Fazenda Floresta.
“Queríamos ver pessoalmente a residência para entender melhor os relatos dos atingidos e um tipo de ocorrência que, na maioria das vezes, só conhecemos de fotos de relatórios juntados aos processos. Realmente é uma situação terrível: dá medo ficar debaixo do teto em uma casa com fissuras tão grossas nas paredes”, afirma o procurador.
* O número da Vara mudou em decorrência de mudanças efetuadas na Justiça Federal de 1ª instância após a instalação do TRF6.
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Arte: Secom/PGR