Depois de chegar ao 2º turno da disputa presidencial, Bolsonaro segue pressionando para evitar, custe o que custar, um novo reajuste nos preços da gasolina e do diesel antes da votação do próximo dia 30. A possibilidade ficou mais real nesta semana, depois da OPEP anunciar um corte na produção de petróleo a partir de novembro, para elevar os preços internacionais dos combustíveis.
No g1, Valdo Cruz informou que o Palácio do Planalto planeja inclusive novas trocas na direção da Petrobras para impedir um aumento nos preços dos combustíveis. O presidente da empresa, Caio Paes de Andrade, pretende mudar as diretorias que cuidam da análise de preços – a de finanças e comercialização e a de logística. Segundo a reportagem, o executivo teria discutido inclusive a possibilidade de reduzir o preço dos combustíveis antes do 2o turno, em um aceno positivo ao governo federal. O Globo também repercutiu essa movimentação.
Os preços domésticos já apresentam defasagem em relação ao praticado no mercado internacional. Uma análise da ABICOM, associação dos importadores de combustível, indica que tanto a gasolina quanto o diesel estão sendo vendidos no Brasil a um preço mais baixo que lá fora – e uma eventual alta dos preços internacionais, motivada pela decisão da OPEP, pode aumentar ainda mais essa diferença. Vale dizer que esta é uma lacuna em relação à política da Petrobras de paridade com os preços internacionais . O Estadão deu mais informações.
Outra preocupação está nos resultados da própria Petrobras e de outras petroleiras para o 3º trimestre. Depois de registrar lucros recordes nos seis primeiros meses de 2022, a indústria de petróleo e gás está com um pé atrás quanto aos resultados dos últimos três meses. O Wall Street Journal informou que a petroleira Shell espera que seu lucro no último trimestre seja “significativamente menor”, principalmente por conta da volatilidade do mercado, principalmente de gás natural. Outro problema é o custo do refino de petróleo, que também ficou mais alto nos últimos meses. O Valor também destacou essa notícia.
Em tempo: Em Pernambuco, a secretaria estadual do meio ambiente afirmou que já coletou cerca de seis toneladas de “bolotas” de óleo nas praias do litoral sul do estado desde o último sábado (1/10). Nos últimos meses, o litoral nordestino tem registrado o aparecimento de pequenas quantidades de óleo, com as mesmas características do material que contaminou boa parte da costa brasileira em 2019. A notícia é do g1.